A espera silenciosa

Ontem foi tempo de espera silenciosa. Hoje é a ressurreição que nos preenche o coração! É dia de Páscoa! Aleluia!

Este tempo de grande espiritualidade convoca-nos sempre para a meditação e reflexão. É um tempo longo, repleto de momentos simbólicos, que nos estimula ao encontro connosco, com os que nos são próximos e, naturalmente, com os membros da comunidade que nos ajudam a ritualizar esta passagem intensa e profunda. A Páscoa está aí, luminosa como sempre. As trevas foram vencidas e a vida prevaleceu sobre a morte. A esperança renovou-se, mais uma vez. Mas para que isso tivesse acontecido foi preciso esperarmos pacientemente no meio do longo silêncio que invadiu a terra entre o dias da morte e da ressurreição. O Sábado é neste tempo Pascal a expressão maior do cumprimento dos caminhos e veredas da nossa interioridade. É um dia longo e cheio de penumbras e silêncios que aguardam. No seio da terra há um murmúrio que clama por todas as aleluias. Mas é preciso esperar, refletir e guardar silêncio. A expectativa da ressurreição anima-nos. A luz da grande renovação espiritual chegará no Domingo. Ê preciso acreditar e confiar. A espera silenciosa regulará os nossos pensamentos e orações. Entretanto e enquanto a espera se adensa pensamos em nós, no que fizemos bem e no que fizemos mal… e sobretudo no que deixamos de fazer. O silêncio fala connosco. Ilumina-nos no meio da escuridão. Precisamos desta pausa para reflectimos sobre o caminho andado. E não há nada como a espera silenciosa para nos fazer ver melhor o caminho de todos os amanhãs que cantam a esperança renovada. Hoje é a Páscoa de luz que chega até nós. Aleluia, aleluia, aleluia! Amanhã e depois de amanhã temos que nos fazer ao caminho. Temos que seguir e continuar para chegarmos onde devemos chegar.