Vivemos tempos de insensibilidade brutal. Somos demasiado individualistas e excessivamente preocupados com o sucesso que, regra geral, se mede pela dimensão das coisas que possuímos. Enquanto avançamos para essa corrida louca e desenfreada à procura do sucesso cruzamo-nos, todos os dias, com outros seres humanos que se encontram na corrida da sobrevivência. Essa pista em movimento tem cada vez não gente de cá e de lá, de todas as partes do mundo. Uns fogem às guerras que teimam em persistir, destruindo a humanidade aos poucos. Outros fogem à miséria, à opressão e à violência. Outros, por não conseguirem acompanhar os padrões materialistas da modernidade, são atirados para as franjas da sobrevivência e da invisibilidade. Aí, esbracejam como podem para se manterem à tona de água. Cada dia que passa é uma vitória. Do outro lado do espelho estão os outros, os que glorificam o luxo e a abundância, ao mesmo tempo que se tornam cada vez mais desatentos para a realidade que os envolve. Apesar de olharem não querem ver. Desviam o olhar, manifestam desprezo e seguem em frente. As geografias da invisibilidade vão-se alargando e a revolta vai crescendo. Com ela vão surgindo, como cogumelos, os profetas da desgraça e os ungidos pelo poder do dinheiro. Os populismos avançam, colocando uns contra os outros, dividindo a sociedade. A esperança vai esmorecendo e as cores do horizonte vão ficando cinzentas e negras. O tempo é quase derradeiro. A humanidade precisa de mais amor e esperança. As armas têm que ser caladas em todo o lado e os senhores da guerra devem regressar aos seus acontonamentos. Precisamos de mais luz no caminho. Para que isso aconteça não devemos desviar o olhar. Devemos ajudar. Devemos-nos importar. Não podemos mudar o mundo. Há decisões que não dependem de nós. Não temos o poder que está na mão de alguns. Mas temos o poder do coração que pode fazer a diferença. Cada gesto conta. Cada atitude é um passo em frente. Se ajudarmos, seja no que for, estamos a ajudar-nos. A humanidade precisa de ser abraçada todos os dias para que não esmoreça no seu grande propósito. Temos na nossa mão a possibilidade de ajudar quem precisa, basta que não desviemos o olhar para que os invisíveis se tornem presentes no caminho. Estamos juntos e continuaremos juntos nesta viagem colectiva. Mas para que ela seja plena tem que ser mais justa, mais igual e mais fraterna. Vamos a isso que se vai fazendo tarde.
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