A maioria gosta de assumir o controlo. Queremos que as nossas ações conduzam à concretização de objectivos e à resolução das questões que desejamos ver resolvidas. À luz deste princípio de actuação muitos entendem que “deixar fluir” é, de certa forma, uma desresponsabilizacão.
Ou seja, quem não sabe onde está e o que quer “vai para onde o vento o levar”. Noutra perspectiva, entende-se que depois de ter sido feito o que era devido é preciso agora “deixar fluir” para que aconteça o que desejamos mas que está para além do nosso controlo. Porém, apesar do nosso aparente controlo, acabamos por esperar o que não acontece e acaba por acontecer o que não esperamos. A vida é feita de surpresas, uma boas e outras más.
E como lidamos com elas é que faz de nós quem somos. Às vezes, por tanto queremos fazer transformamo-nos em rocha quando, na verdade, devíamos ser rio para tudo pudesse fluir com as águas que escorrem da montanha. Não adianta esforçarmo-nos tanto na construção de uma estrada se o nosso caminho não é por ali. Temos sempre que fazer o que é necessário e tudo o que a nossa consciência manda.
Mas também temos que deixar fluir para que aconteça o que não esperamos. E se aceitarmos isso conseguimos viver com outra tranquilidade e seguir em frente nesta nossa viagem sempre curta e repleta de imprevisibilidades. Às vezes não conseguirmos o que desejamos, apesar de todo o nosso esforço, é uma benção do cosmos. Somos felizes onde temos que ser, nomeadamente nas geografias onde as nossas peças do puzzle encaixam sem forçarmos ou pressionarmos. Precisamos de deixar fluir em completa responsabilização dessa atitude consciente.
Deixar fluir é em si a melhor ação de todos para que o nosso caminho tenha o sentido que a vida lhe quer dar. Deixar fluir é prestarmos atenção aos detalhes e demorarmo-nos nas pessoas e coisas e lugares que nos fazem bem. É vivermos em plenitude, confiando no destino, fazendo sempre o que for necessário sem forçarmos nada nem ninguém. Deixarmos fluir é deixarmos que a vida nos agarre para sermos humanos por inteiro.
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