As celebrações natalícias estão a chegar ao fim. Amanhã é “Dia de Reis”, um tempo absolutamente mágico e repleto de luz. Um tempo que devíamos cuidar e prestar mais atenção em função da sua dimensão simbólica e cósmica. Mas isso fica para outro momento. Entretanto, como sabemos, o pano das luzes do Natal cairá. Mas até ao fim deste mês ainda se cantarão as janeiras por “esses portais adentro”, cumprindo tradições ancestrais que nos enchem a alma.
Por estes dias o futuro acontecerá acompanhando os ciclos da natureza. Continuaremos a olhar para o céu, procurando o que está escrito nas estrelas, depositando nelas a esperança maior para que nos guiem no caminho. Enquanto a noite se esconde e o dia amanhece contemplo a “Estrela d’ Alva” que apesar de não ser um estrela assume a sua luminosidade de sempre para nos recordar que há sempre esperança em todas as madrugadas.
Enquanto o “breu” ainda domina há uma estrela (planeta Júpiter) que permanece, dizendo-nos de forma convicta que apesar de todas as trevas haverá sempre luz no caminho, basta olharmos para o céu e acreditarmos no que o nosso coração entender. O grande Zeca Afonso, recorda-nos isso é muito mais, numa das mais belas canções de embalar que também nos empurra para as geografias da serenidade e da ternura que florescerão sempre nos dias de luz.
Zeca Afonso canta pela eternidade:
“Dorme meu menino a estrela D'alva / Já a procurei e não a vi / Se ela não vier de madrugada / Outra que eu souber será p'ra ti”.
Quem conhecer esta canção sabe que, verdadeiramente, o Zeca Afonso nos embala na esperança do seu “ Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô / Ô, ô, ô / Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô / Ô, ô, ô. “
O homem político que combateu o regime ditatorial com palavras e canções duras também nos soube embalar o “menino” que sob a estrela d’ alva adormecerá tranquilamente na esperança desse conforto que a natureza sempre nos dá. Quem combate pelos valores humanistas que defende também tem que saber serenar para embalar todos os meninos e meninas para que entre o sono dos justos possam acordar em caminhos de luz e desenhar caminhos melhores do que aqueles que trilhamos até aqui. Mas este é o segredo de todos os que lutam e ultrapassam circunstâncias difíceis durante a sua jornada: o amor será sempre pão para a viagem que ousarmos empreender. Por isso, “Quando a luz se apaga nas janelas / Perde a Estrela D'alva o seu fulgor (…) Perde a estrela D'alva pequenina / Se outra não vier para a render / Dorme qu'inda a noite é uma menina / Deixa-a vir também adormecer.” Deixemo-nos embalar para termos o sono que merecemos para, entre muitas outras coisas, cumprimos os sonhos que comandam a vida e toda a esperança que renasce a cada manhã sob a estrela d’ alva qual fonte inesgotável de amor.
Sim, deixemo-nos embalar “Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô / Ô, ô, ô / Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô / Ô, ô, ô”, acreditando nas estrelas que falam dentro de nós.
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