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As gargalhadas de Inverno
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As gargalhadas de Inverno

Actualizado 27/12/2021 08:45
Miguel Nascimento

Por estes dias chegou o Inverno embrulhado nas luzes e espírito do Natal. O dia mais curto do ano correspondeu à noite mais longa. Apesar das circunstâncias pandémicas o Natal foi celebrado na dimensão das possibilidades de cada um, as que foram capturadas pelo vírus e as outras, as de sempre. Depois das festas as luzes extinguem-se, ficando apenas o Inverno e as suas longas noites de frio. Entre dias curtos e noites de larga dimensão, entregamo-nos aos pensamentos sobre a vida. Enquanto nos aquecemos à lareira, tendo como companhia o crepitar dos troncos que nos aquecem a solidão invernal, não podemos deixar de nos questionar sobre o sentido de tudo e mais alguma coisa. O nosso olhar é partilhado com a geografia para lá da janela que ao fundo nos coloca perante a fronteira dos tempos e das latitudes. O manto escuro da noite não nos deixa vislumbrar quase nada. Apenas as estrelas brilham em nome da esperança e dos dias maiores. Com o tempo frio em início de viagem encontramos menos luz e um sol vibrante que nos abrace. Porém, ao contrário do que possa parecer, o Inverno não tem que ser um caminho de tristeza, solidão e recolhimento. Naturalmente, aproveitamos o silêncio das noites frias para pensarmos nas coisas da vida. Mas, como nos disse Victor Hugo “a gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano.” Seguindo o seu conselho devemos deixar que o humor e a boa disposição nos invada de luz para nos enchermos de alegria sempre que pudermos. As gargalhadas são ainda mais necessárias nas noites longas e frias. Elas exorcizam todos os demónios que moram nos silêncios demasiado prolongados. A sonoridade vibrante das coisas boas, alegres e divertidas, sobretudo quando é natural, é o melhor equilíbrio para os dias frios e de sonolência da vida. O Inverno convoca-nos, através do silêncio e da ausência de luz, para muitas coisas. Nem tudo, neste tempo frio, está conotado com a tristeza. Esta estação do ano tem o seu encanto especial. Precisamos apenas de nos desprendermos dos preconceitos costumeiros para nos lançarmos à aventura de descobrirmos a luz onde ela existe. E às vezes não precisamos de procurar muito. Basta termos abertura de espírito para seguirmos as belas palavras de Augusto Branco: “Nos dias de Inverno aconchegue-se com o seu amor, divirta-se com as crianças, acenda uma fogueira e reúna-se com os seus amigos. O calor do amor é tão vital quanto o calor do sol!” Na verdade, o amor tem um calor imenso que não se confina em conformidade com as estações do ano. Ele está sempre ali para quem quiser dar e receber. E as gargalhadas que dermos, nomeadamente neste tempo frio, serão a sua melhor expressão e chamamento. Sim, temos que soltar todas as gargalhadas e amar sem limites enquanto é tempo.

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