A vida é pesada. Está repleta de dificuldades, de contrariedades e de problemas. Somos educados para enfrentar a vida. Para resolver problemas e contrariar as dificuldades. Assim fazemos até à exaustão. À carga pesada da vida acrescentamos mais peso com as nossas ansiedades, os nossos medos e a pressão que colocamos em quase tudo o que fazemos. Irritamo-nos e angustiamo-nos por tudo e por nada. Levantamo-nos todos os dias com essa ideia de luta. De darmos o corpo às balas, enfrentando as contrariedades com grande estoicismo. Somos uns valentes porque vamos à luta sem hesitações! Com tamanho esforço diário vamos resolvendo alguns problemas, outros tornam-se mais difíceis e alguns nunca se resolverão. Continuaremos o caminho, com maior ou menor dificuldade. O nosso rosto e as nossas mãos evidenciarão, ao longo da jornada, os sinais das batalhas que vamos travando. Somos uns valentes! Enfrentamos todas as batalhas para seguirmos em frente! Não recusamos os desafios nem fugimos dos problemas. Seguimos o nosso rumo até ao destino final desse caminho compreendido entre a vida e a morte. Um dia teremos orgulho na nossa tenacidade e do que tivemos capacidade de construir, apesar de todas as dificuldades. Um dia seremos mais sábios do que somos hoje. Um dia teremos muita experiência na arte de enfrentar problemas e de resolver contrariedades. Mas, nesse dia, em que seremos mais tudo também teremos menos tempo de vida, menos fogosidade e menos vontade de seguirmos na luta e no caminho. É talvez nesse momento em que é demasiado tarde para muita coisa que perguntamos aos nossos botões se terá valido a pena tanta luta, tanta determinação e tanto peito entregue às balas que todos os dias dispararam sobre nós na nossa longa viagem! Sim, esse não será o tempo das resoluções! Será o tempo das reflexões! Esse será o tempo em que a vida se esvai e nós seguimos com ela como se fôssemos grãos de areia que escorrem com suavidade entre os dedos da nossa mão! Por isso, enquanto temos lucidez e tempo devemos tornar-nos mais leves para que a vida se torne também mais leve. Isso não significa que abandonemos a luta e a nossa capacidade para trilharmos o caminho que definimos. Significa que devemos ser leves sem deixarmos que nada nos leve! A nossa firmeza e a capacidade de enfrentarmos os mares revoltos devem ser equilibradas com os nossos pequenos prazeres e com a arte de conseguirmos relaxar todos os dias. Quem trabalha uma semana inteira de forma dura e intensa não pode ficar à espera do fim-de-semana para procurar relaxar e para se tornar um pouco mais leve e mais feliz! Quem trabalha o ano inteiro e passa meses a fio a resolver problemas não pode depositar todas as expectativas do descanso nas férias de verão! A vida passa num instante. É um tempo fugaz que necessita da nossa atenção. Devemos viver para nós e para os que gostam de nós. Não nos podemos perder em labirintos de esforços que não levam a lado nenhum. Devemos tirar peso às coisas simples e complexas para que possamos viver de forma mais tranquila. O caminho da nossa felicidade não reside nas batalhas que travamos mas na capacidade de as evitar, ganhando mais tempo para as coisas que verdadeiramente nos dão prazer. Se as batalhas nos vierem bater à porta não devemos fingir-nos de mortos! Devemos dar-lhes luta com toda a nossa determinação. Mas, se isso não acontecer, devemos aproveitar a vida, vivendo cada momento como se fosse absolutamente especial e único! Não devemos deixar de cumprir as rotinas porque elas fazem parte do caminho. Mas devemos quebrá-las sempre que pudermos com pequenas e grandes coisas que nos dão prazer. A vida deve fazer sentido todos os dias e não deve ser vivida a espaços como se estivéssemos dentro de um filme com muitos e longos intervalos. A rotina está aí para cumprir o seu destino. As batalhas estão aí para serem travadas. Mas a vida também está aí, bem diante dos nossos olhos, para a vivermos com toda a intensidade que pudermos. Por isso, não podemos perder mais tempo porque ele nos foge e há uma vida para ser vivida no caminho da felicidade.
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