Na espuma dos dias em que tantas vezes se transforma a nossa vida enchemo-nos de preocupações e de compromissos com isto e aquilo. São muitos os grandes e pequenos problemas que exigem a nossa atenção e empenho. As rotinas funcionam como uma espécie de ditadura do tempo! Temos que as executar ? e ponto! No fim do dia, depois de resolvermos tanta coisa insignificante e de nos desgastarmos com um mar de minudências, ficamos cansados e esgotados. Reclamamos descanso e paz. Mas há sempre mais uma página para virar, um telefonema a fazer e talvez mais um ou outro assunto por resolver. No final da semana a conta do cansaço chega com um acumulado exorbitante ? e com juros! O cansaço é enorme e eis que chega, finalmente, o fim-de-semana. É o tempo do repouso do guerreiro. Mas, infelizmente, também o repouso passa demasiado depressa. Por vezes, ainda o descanso não se instalou e já tocam os despertadores para uma nova semana, novos compromissos e as rotinas de sempre! Entre uma coisa e outra sonhamos com as férias. Sim, as férias que começam e acabam demasiado depressa! Semana após semana o cumprimento de rotinas e rituais que esgotam, desgastam e, sobretudo, gastam o tempo de uma vida que também ela passa demasiado depressa, comandam o nosso destino sem merecimento. Nos intervalos destas ditaduras do tempo projectamos vidas de prazer que não acontecem. É isso o que acontece quando projectamos e não fazemos! O tempo não nos dá tréguas! Avança sem piedade! Envelhece-nos! Esgota-nos! Um dia, para lá da curva da estrada chegaremos a um horizonte em que tudo isto se tornará claro para nós. Mas será talvez demasiado tarde apesar de há muito acreditar que nunca é tarde demais para nada. Porém, nesse dia em que tudo se tornará mais claro há coisas que já não podemos fazer e, sobretudo, há um tempo que passou e não volta. Por isso, não podemos nem devemos perder tempo com o que já aconteceu. Mas podemos e devemos centrar as nossas energias e atenções no presente e no futuro, contando um dia de cada vez, cumprindo as rotinas, os compromissos e as obrigações como temos que fazer, mas abrindo cada vez mais espaço para nós e para o que nos dá prazer. E esse esforço no sentido da procura do prazer deve estar presente em nós, todos os dias. Não precisamos de complexidades; antes pelo contrário, devemos prestar atenção às coisas simples da vida. Há momentos, tempos e espaços em que devemos estar, por inteiro! Precisamos de descobrir as geografias que nos dão prazer e de soltar as amarras que nos prendem e nos impedem de navegar sobre as águas da felicidade. Precisamos de fazer o que nos dá prazer, todos os dias, e não ficarmos à espera de uma sonho de verão ou de uma noite de luar. O prazer está aqui, agora! Está ao nosso alcance! Está na nossa mão! Temos o direito e sobretudo o dever de deixarmos o caminho livre para que o prazer cresça em nós e também junto dos que nos acompanham na viagem. A vida está aí para ser saboreada, vivida a cada instante, como um prazer único e despertador de todas as emoções. Este tempo é nosso! Apesar de todos os espartilhos devemos alargar as cordas para nos libertarmos de prazer, para fazermos todas as coisas boas que estão ao nosso alcance. Viver é cumprir rotinas e compromissos. É resolver coisas e ultrapassar problemas. Mas viver é, acima de tudo, semearmos as terras do prazer para colhermos todos os frutos de felicidade a que temos direito! E essa safra não pode esperar, é nossa a todo o tempo! Dediquemos-lhe então toda a atenção que pudermos, por nós e por todos os que queremos ver felizes! Faz o que te dá prazer e não penses em mais nada! Vai e faz! Sê feliz!
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