As experiências do passado, as boas e as más, construíram-nos da forma como nos apresentamos e conhecemos hoje. As experiências do passado são pilares fundacionais. São de uma importância estrutural para a nossa existência e para o equilíbrio das nossas relações com os outros. Temos que reconhecer isso como parte de nós! Não podíamos ser o que somos sem termos passado pelas coisas boas e más que aconteceram no nosso passado recente ou longínquo. Vivemos um tempo que já passou e nele aprendemos tudo o que conhecemos e sabemos. E certamente que aprendemos mais com o que correu mal do que com o que correu bem. A experiência das coisas enriquece-nos. Dá-nos caminho e mundo. Mas já não moramos no tempo do passado e não podemos ficar agarrados a ele. O caminho está à nossa frente. É para lá que queremos ir. Já estivemos no passado. Já aconteceu. Já passou! Agora temos que olhar para a frente e não para trás. Não nos podemos esquecer da nossa pele de sempre nem da forma de sermos nós. Fomos moldados num tempo. Somos como somos. Mas podemos e devemos continuar a aprender e a caminhar. Por muito intenso que tenha sido o caminho do nosso passado não podemos continuar a olhar para trás. Não o podemos esquecer mas também não podemos deixar que nos prenda que nos agarre e, sobretudo, que nos imobilize! Às vezes temos que nos libertar de nós para seguirmos em frente, para continuarmos o caminho até ao futuro que espera por nós! E se durante a caminhada formos perdendo o interesse de olhar para trás isso significa que estamos no caminho certo. O passado é um tempo que guardamos no coração ou nas gavetas das nossas bestas negras. Essas coisas todas, boa e más, são nossas, estão coladas à nossa pele e fazem parte do nosso templo interior. De vez em quando podemos abrir as portas do recordatório mas também não nos devemos demorar muito nesse apeadeiro da viagem. O que passou já passou. Não podemos ficar a olhar para trás como se daí viesse algum combustível para o caminho do futuro. Cada etapa tem o seu valor e representa uma lição contínua e uma constante aprendizagem. Mas só podemos ser livres e verdadeiramente felizes se nos libertarmos de tudo, das coisas boas e más do passado, para apenas nos concentrarmos no presente, no agora. A única coisa que devemos fazer em relação ao passado é agradecer, mesmo que as coisas não tenham corrido como desejámos ou planeámos. Tudo tem uma razão. Tudo acontece por um motivo. Nem sempre encontramos a sequência das coisas e muito menos a sua razão secreta ou evidente. Acontecem coisas na nossa vida, boas e más. Aprendemos com elas. Transformamo-nos naquilo que somos e, apesar disso, participamos num processo de metamorfose permanente. Tudo tem um tempo. E há um tempo que é comandado por nós. E esse tempo é o que verdadeiramente importa e está intimamente relacionado com a nossa vontade de seguirmos em frente. Sabemos que a felicidade está ali ao nosso alcance. Mas também sabemos que ela precisa da nossa colaboração para se realizar em nós. Por isso, não basta desejar. É preciso fazer por isso, para que as coisas aconteçam. A vida é uma passagem breve. É um instante. Não há tempo para lamentações e para nos determos a olhar para trás. Temos que seguir em frente mesmo que ainda nos doa o corpo por causa da última queda. E também não podemos olhar para a frente com sinais de fraqueza ou pessimismo como se no tempo em que avançamos sentíssemos que já não vale a pena ou que é demasiado tarde. Há sempre tempo para a felicidade e para a concretização de todos os nossos desejos. Podemos não chegar ao destino. Podemos nunca concretizar todos os nossos sonhos. Podemos não alcançar todos os nossos desejos. Mas podemos morrer a tentar fazer tudo isso. E se assim fizermos pelo menos a viagem terá valido a pena! Vamos a isso porque não há tempo para ficarmos a olhar para trás!
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