A Europa é hoje a fronteira do desespero! A união dos países europeus que se ergueu depois da guerra para consolidar a paz e construir os horizontes da esperança é nos tempos que correm o exemplo de um caminho falhado. Com a crise das dívidas soberanas a União Europeia não foi capaz de acudir a quem mais dela precisava. Foi lenta, pesada e demasiado forte com os mais fracos. A questão grega colocou na montra da "aldeia global" todas as fragilidades da Europa. Temos atravessado tempos muito difíceis e duros. Os problemas inerentes a ciclos de grande complexidade exigem líderes fortes e com visão de maior alcance do que os governantes europeus têm evidenciado. Entre a definição de políticas alargadas que promovam a coesão e a solidariedade no espaço europeu e a minimização dos danos com vista ao cumprimento de objectivos políticos e estratégicos de cada estado-membro existe um imenso corredor hesitante que está, desde há muito, a descredibilizar a UE.
A Europa está outra vez fragmentada e sem uma visão de futuro. Faltam as lideranças e gente com pulso que possa dar rumo ao "sonho europeu". Sempre fui um europeísta convicto e um crente nas virtualidades de uma europa unida, coesa e solidária. Actualmente, e perante esta angustiante ausência de respostas para os problemas que batem à nossa porta, esta minha convicção está fortemente abalada. Desejo ter a esperança em dias melhores mas a Europa foi incapaz de se proteger e de proteger os seus perante a grave crise financeira que se abateu sobre nós. Limitou-se a controlar os danos e a impor regras duras aos mais fracos. Ainda assim moveu-se de forma lenta e atabalhoada. Entre cada passo hesitante de um caminho errático da UE milhões de europeus sofreram na pele as consequências, muitas delas irreparáveis, da ausência de soluções e de lideranças fortes e determinadas.
A Europa ainda não saiu do buraco negro em que mergulhou. As economias dos estados-membros (principalmente dos países do sul) continuam no "fio-da-navalha" e a qualquer momento uma oscilação dos mercados pode provocar nova crise e mais sofrimento. Mas os europeus ainda mal refeitos das dificuldades que esta crise económica provocou deparam-se agora com a maior crise humanitária desde o fim da II guerra mundial. A Europa é na actualidade a nova fronteira do desespero para milhares de refugiados que todos os dias a tentam atravessar. A velha europa onde se consolidaram os grandes valores humanistas é hoje a mesma que assiste à terrível visão da construção de muros que procuram suster a vaga de refugiados que clamam pelo nosso auxílio. São os muros da vergonha e da aparente amnésia histórica que nos assusta de forma aterradora! Imagens horríveis entram pelas nossas casas diariamente. São rostos de dor e olhares de imenso sofrimento. Homens, mulheres e crianças fogem da guerra e da miséria. Foram literalmente encostados à parede pelas circunstâncias geopolíticas dos seus territórios. A guerra e a fome entraram pelas suas vidas dentro.
Entre ficar e partir na escuridão e na incerteza, partem! Levam os filhos ao colo e fazem milhares de quilómetros a pé, na esperança de encontrem o conforto da europa humanista e solidária que parece ter ido de férias para não mais voltar. No percurso dessas viagens acontece de tudo! Nos caminhos do desespero há dramas de vida inenarráveis! A comunicação social tem realizado um papel notável ao dar-nos conta do que verdadeiramente se passa. As imagens são chocantes, mas são também a mais dura das realidades! O mediterrâneo tornou-se o mar da morte e um cemitério sem fim. Entretanto os muros da vergonha vão crescendo, outra vez! Não aprendemos a lição! A história repete-se, infelizmente! A pressão das associações humanitárias e dos media vai fazendo com que a Europa finalmente comece a actuar. Já não era sem tempo! Na próxima semana os estados-membros já começam a receber refugiados. Finalmente! Entretanto muitas vidas ficaram destruídas. Milhares de seres humanos perderam a vida junto à fronteira do desespero que a Europa hoje representa. Todos sabemos que estra drama dos refugiados não tem uma solução fácil. E também sabemos que a Europa não pode acolher todos. Mas, também sabemos que a Europa tinha o dever de actuar com maior rapidez e eficácia na solução para esta crise dos refugiados! Há agora sinais de esperança. Mas para muitos é tarde porque já não estão entre nós. Perdeu-se muito tempo nos labirintos da hipocrisia. Perderam-se, sobretudo, muitas vidas! Perdeu-se o tempo de a Europa se assumir como a fronteira da esperança em vez de deixar a sua marca nos percursos do desespero!A Europa é hoje a fronteira do desespero!
A união dos países europeus que se ergueu depois da guerra para consolidar a paz e construir os horizontes da esperança é nos tempos que correm o exemplo de um caminho falhado. Com a crise das dívidas soberanas a União Europeia não foi capaz de acudir a quem mais dela precisava. Foi lenta, pesada e demasiado forte com os mais fracos. A questão grega colocou na montra da "aldeia global" todas as fragilidades da Europa. Temos atravessado tempos muito difíceis e duros. Os problemas inerentes a ciclos de grande complexidade exigem líderes fortes e com visão de maior alcance do que os governantes europeus têm evidenciado. Entre a definição de políticas alargadas que promovam a coesão e a solidariedade no espaço europeu e a minimização dos danos com vista ao cumprimento de objectivos políticos e estratégicos de cada estado-membro existe um imenso corredor hesitante que está, desde há muito, a descredibilizar a UE. A Europa está outra vez fragmentada e sem uma visão de futuro. Faltam as lideranças e gente com pulso que possa dar rumo ao "sonho europeu". Sempre fui um europeísta convicto e um crente nas virtualidades de uma europa unida, coesa e solidária. Actualmente, e perante esta angustiante ausência de respostas para os problemas que batem à nossa porta, esta minha convicção está fortemente abalada. Desejo ter a esperança em dias melhores mas a Europa foi incapaz de se proteger e de proteger os seus perante a grave crise financeira que se abateu sobre nós. Limitou-se a controlar os danos e a impor regras duras aos mais fracos. Ainda assim moveu-se de forma lenta e atabalhoada. Entre cada passo hesitante de um caminho errático da UE milhões de europeus sofreram na pele as consequências, muitas delas irreparáveis, da ausência de soluções e de lideranças fortes e determinadas.
A Europa ainda não saiu do buraco negro em que mergulhou. As economias dos estados-membros (principalmente dos países do sul) continuam no "fio-da-navalha" e a qualquer momento uma oscilação dos mercados pode provocar nova crise e mais sofrimento. Mas os europeus ainda mal refeitos das dificuldades que esta crise económica provocou deparam-se agora com a maior crise humanitária desde o fim da II guerra mundial. A Europa é na actualidade a nova fronteira do desespero para milhares de refugiados que todos os dias a tentam atravessar. A velha europa onde se consolidaram os grandes valores humanistas é hoje a mesma que assiste à terrível visão da construção de muros que procuram suster a vaga de refugiados que clamam pelo nosso auxílio. São os muros da vergonha e da aparente amnésia histórica que nos assusta de forma aterradora! Imagens horríveis entram pelas nossas casas diariamente. São rostos de dor e olhares de imenso sofrimento. Homens, mulheres e crianças fogem da guerra e da miséria. Foram literalmente encostados à parede pelas circunstâncias geopolíticas dos seus territórios. A guerra e a fome entraram pelas suas vidas dentro. Entre ficar e partir na escuridão e na incerteza, partem! Levam os filhos ao colo e fazem milhares de quilómetros a pé, na esperança de encontrem o conforto da europa humanista e solidária que parece ter ido de férias para não mais voltar. No percurso dessas viagens acontece de tudo! Nos caminhos do desespero há dramas de vida inenarráveis! A comunicação social tem realizado um papel notável ao dar-nos conta do que verdadeiramente se passa. As imagens são chocantes, mas são também a mais dura das realidades!
O mediterrâneo tornou-se o mar da morte e um cemitério sem fim. Entretanto os muros da vergonha vão crescendo, outra vez! Não aprendemos a lição! A história repete-se, infelizmente! A pressão das associações humanitárias e dos media vai fazendo com que a Europa finalmente comece a actuar. Já não era sem tempo! Na próxima semana os estados-membros já começam a receber refugiados. Finalmente! Entretanto muitas vidas ficaram destruídas. Milhares de seres humanos perderam a vida junto à fronteira do desespero que a Europa hoje representa. Todos sabemos que estra drama dos refugiados não tem uma solução fácil. E também sabemos que a Europa não pode acolher todos. Mas, também sabemos que a Europa tinha o dever de actuar com maior rapidez e eficácia na solução para esta crise dos refugiados! Há agora sinais de esperança. Mas para muitos é tarde porque já não estão entre nós. Perdeu-se muito tempo nos labirintos da hipocrisia. Perderam-se, sobretudo, muitas vidas! Perdeu-se o tempo de a Europa se assumir como a fronteira da esperança em vez de deixar a sua marca nos percursos do desespero!
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