Há quem sonhe acordado com vidas perfeitas, desejando-as ardentemente. Mas, como sabemos, as vidas perfeitas não existem. O que verdadeiramente existe é a nossa vontade em darmos o nosso melhor todos os dias, entregando-nos ao caminho de forma determinada. Nem sempre o nosso melhor conduz aos resultados esperados. Para além de darmos o nosso melhor temos que fazer melhor a cada sequência dos dias. Nem sempre o fazemos mesmo quando nos entregamos a tempo inteiro às causas que defendemos e a todos os que amamos. Somos humanamente imperfeitos. Ainda bem que assim é. Quando damos o nosso melhor fazemos o que podemos. Por isso, como disse Miguel Torga “quem faz o que pode faz o que deve”. E, na verdade, o nosso dever é abraçarmos a vida por inteiro, lutar por ela, oferecendo-lhe o nosso melhor mesmo com todas as nossas falhas e imperfeições. Este espírito de entrega deve começar e acabar em nós. Não para cultivarmos o egoísmo mas, acima de tudo, para nos amarmos com força, vigor e entusiasmo. Essa é a nossa condição primordial. Temos que gostar de nós para gostarmos dos outros. Temos que nos amar primeiro pora termos amar para dar, para amarmos os outros. Em todas as vezes que atravessamos caminhos de trevas e de intensa escuridão, percebemos que a luz somos nós mesmo que ela seja ténue e frágil. Se nos iluminarmos por dentro continuaremos a caminhar em direção à luz, superando cada obstáculo que encontrarmos nos passos que dermos. Por vezes somos envolvidos pela neblina da fraqueza e do desânimo. Nesses momentos de fragilidade percebemos que a nossa luz ténue e frágil está absolutamente vulnerável a qualquer brisa do tempo. Mas ainda assim, resistimos, continuamos, vamos. E vamos pelo sonho repetindo as palavras de Sebastião da Gamo para termos sempre fé no que temos e esperança naquilo que talvez não teremos. Enquanto partirmos, enquanto seguirmos, seremos sempre nós, por inteiro. Ficarmos a contemplar o horizonte na indecisão de permanecer é matarmos o sonho e a alma que ele acolhe no seu regaço. A nossa opção é partir. Não é ficar. É seguir e resistir para nos transformarmos no que queremos ser para não ficarmos a alimentar ilusões que nunca chegarão a acontecer.
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