A vida é dura. Leva-nos ao limite. Endurece-nos. Faz-nos entrar em combates e batalhas sem fim. Colocamos a nossa armadura para enfrentarmos o que tivermos que enfrentar. Somos fortes. Sabemos disso. E queremos parecer fortes aos olhos dos outros. Mas também somos humanos, com tudo o que essa condição implica. Também somos fracos e vulneráveis. Temos as nossas crises e debilidades. Sofremos por dentro. Sigmund Freud disse-nos que “somos feitos de carne, mas temos que viver como se fôssemos de ferro.” Sim, somos feitos de carne e não de ferro! Não temos que ser guerreiros invencíveis o tempo todo. Também temos que largar a armadura e normalizar os cansaços e as falhas. Temos que incorporar e verbalizar os nossos limites no espaço em que nos movimentamos, incluindo na família, no trabalho e nas actividades que desenvolvemos. Somos feitos de carne. A armadura pesa-nos. Às vezes dificulta o caminhar e outras tantas não ajuda a sarar as feridas que nela se escondem. Não somos inabaláveis. Assumamos isso para não sofrermos tanto. Somos humanos, repletos de forças e fraquezas. Não somos de ferro. Por isso, temos que para de ser fortes o tempo todo. Quando somos ou parecemos fortes os que estão à nossa volta pensam que aguentamos tudo é até que podemos aguentar mais. Por causa da forte armadura que envergamos entendem que fazemos tudo com mais facilidade que eles e, sobretudo, que aguentamos tudo e mais alguma coisa. É isso não sendo verdade prejudica-nos duplamente. Todos somos guerreiros quando temos que ser. Mas precisamos do descanso e das pausas entre as batalhas. Nesses instantes em que cuidamos das nossas feridas precisamos de colo, abraços e beijos. Precisamos que o amor e a ternura nos abracem. Depois seguimos em frente, avançando sobre a batalhas que virão. Continuaremos fortes e também a parecer fortes. Mas temos que dizer mais vezes que somos feitos de carne e também que temos os nossos limites. Temos que respeitar a nossa humana condição, por nós e pelos outros. Não somos de ferro. Temos um coração que sente. Por baixo da armadura há toda uma dimensão de afectos que precisa de respostas e reciprocidade. Não podemos deixar de ser fortes. Mas podemos e devemos deixar de ser fortes o tempo todo. Afinal, se somos feitos de carne não temos que viver permanentemente como se fôssemos de ferro.
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