, 28 de abril de 2024
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Entre o silêncio e tanta gente
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Entre o silêncio e tanta gente

Actualizado 05/03/2024 07:53
Miguel Nascimento

Vivemos rodeados de ruídos. A nossa vida é um fervilhar de coisas que giram à nossa volta. É um frenesim em passo acelerado. Corremos a todo o tempo. Não forçamos a paragem. Não procuramos o silêncio que equilibre. Deixamo-nos levar pela multidão ruidosa e barulhenta que nos grita aos ouvidos isto e aquilo.

Não diabolizo o ruído na medida em que faz parte de nós. Também não beatífico o silêncio. Tudo é necessário. Para além das multidões que nos envolvem temos sempre os nossos ruídos internos que, por vezes, são ainda mais fortes que toda a agitação exterior. Somos feitos de silêncio e ruído, de quietude e agitação. Procuramos encontrar-nos num lado e no outro.

Mergulhamos na sombra da nossa caverna para procurarmos proteção, mas sempre com a esperança de vermos a luz que o exterior nos oferece. Perante esta dicotomia em que nos fazemos recordo a belíssima canção de Maria Guinot, “silêncio e tanta gente”, para redescobrir que “ às vezes é no meio do silêncio. Que descubro o amor em teu olhar. É uma pedra. Ou um grito. Que nasce em qualquer lugar.”

Mas também, por vezes, “(…) é no meio de tanta gente. Que descubro afinal aquilo que sou. Sou um grito. Ou sou uma pedra. De um lugar onde não estou.” Não há lugares certos ou errados. Podemos ser felizes no silêncio ou no meio de tanta gente. Temos apenas que descobrir quem somos, aprendendo em cada olhar o sentido de amar.

Temos que ser nós, por inteiro, no meio de tanta gente ou na quietude do silêncio porque não podemos deixar “palavras por dizer” ou “um amor por acontecer.” No caminho tudo acontece e também o seu contrário, justamente no meio de todos os sonhos em que acordamos. E tantas vezes, no meio de tanta gente, como diz Alinne Rosa, "é o silêncio que nos acorda". Na verdade, entre o ruído da multidão e o silêncio que nos alimenta a serenidade, devemos seguir viagem, sendo grito ou pedra, da nossa própria história para que não fiquem palavras por dizer ou um amor por acontecer.

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