, 28 de abril de 2024
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Mecanismo de fuga
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Mecanismo de fuga

Actualizado 19/02/2024 07:58
Miguel Nascimento

A realidade é dura. Todos os dias temos que suportar provações e superar obstáculos. A vida é uma aprendizagem constante. Os nossos sonhos, por mais bonitos que sejam, são muito diferentes da realidade e do que verdadeiramente acontece. Precisamos do sonho para alimentar a viagem e definir os caminhos por onde devemos seguir.

Mas o tempo real é outra coisa. É o nosso embate. A nossa luta constante. Isso desgasta, cria-nos pressão e ansiedade. Sigmund Freud disse, a este propósito, que “é impossível enfrentar a realidade o tempo todo sem nenhum mecanismo de fuga.” Todos precisamos de uma fuga que possa aliviar a tensão ou a pressão dos dias que correm.

Por momentos, tempos longos ou breves instantes, temos que sair da linha da frente para mergulharmos nas cavernas em que nos sentimos protegidos e seguros. Aí, qual descanso do guerreiro, baixamos a guarda, retiramos a armadura e pousamos a espada, para, livres da nossa postura defensiva, nos podermos libertar da pressão que vivemos nesse combate duro com a realidade. O mecanismo de fuga deve ser utilizado sempre que necessário e em doses muito ponderadas.

Caso contrário habituamo-nos às zonas de conforto e às geografias do prazer e do descanso. Também não podemos fazer isso o tempo todo. Temos que regressar às zonas de combate para enfrentarmos as diversas realidades que acontecem. Somos felizes na caverna. Mas isso são instantes que podem e devem ser valorizados.

Mas o resto do tempo é de combate. E nós somos guerreiros. Freud também nos disse que “a fuga é o instrumento mais eficaz para se cair prisioneiro daquilo que se deseja evitar.” A decisão sobre a fuga ou sobre o combate nunca é simples. Precisamos sempre de razão e coração para decidir em cada tempo da realidade.

O sonho é nosso. Só nosso. A realidade é partilhada com os outros. Não podemos fugir dela, caso contrário ficaremos presos ao que não desejamos. Na verdade, também temos que aprender a fugir da fuga para fazermos o que deve ser feito e enfrentar o que deve ser enfrentado. O combate dignifica-nos e a luta tem esse doce sabor da vida que deve ser vivida para continuarmos a sonhar, sempre!

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