Sábado, 27 de abril de 2024
Volver Salamanca RTV al Día
A vida como expressão dos nossos instintos
X

A vida como expressão dos nossos instintos

Actualizado 11/06/2023 10:03
Miguel Nascimento

Vivemos esmagados pela racionalidade. Exigimos e procuramos explicações para tudo. Queremos desmontar tudo para voltarmos a montar. Viramos tudo do avesso. Cada movimento, cada passo, é estudado e transportado para livros de instruções. Seguimos guias e tutoriais para tudo. Veneramos a racionalidade. Não deixamos espaço livre para o que acontece de forma espontânea. Lançamo-nos de forma cega nos braços da racionalidade ignorando os nossos impulsos que não carecem de reflexão. Vivemos numa espécie de ditadura da razão onde tudo tem que ser explicado mesmo que não se exibam soluções para os problemas que sobram em demasia. Seguimos no carreiro de forma ordenada ignorando os nossos instintos que, desde sempre, asseguraram a sobrevivência da nossa espécie. Precisamos de voltar a alargar horizontes para que os instintos voltem a florescer no nosso jardim. Temos que os deixar crescer em nós para aprendermos a confiar neles, seguindo a sua extraordinária orientação. De resto, como nos disse Nietzsche, “a vida é um instinto de desenvolvimento, de sobrevivência, de acumulação de forças, de poder.” Agir por instinto é comunicar com a nossa alma. É percorrer as veredas do sentido certo rumo à felicidade. No meio de tanta racionalidade temos que confiar mais nos nossos instintos. Temos que respeitar mais as suas vontades, os seus impulsos, as suas tendências e aptidões inatas. Alejandro Jodorowsky disse a este propósito que os pássaros se perderiam se usassem bússola. Tal como eles temos que confiar nos instintos para não nos perdermos e voarmos para todos os lugares onde nos queremos encontrar. A racionalidade às vezes é um colete de forças que nos prende os movimentos, que nos limita a liberdade. Sabemos que a nossa vida não pode acontecer fora da racionalidade. Mas deve negar-lhe a exclusividade, fazendo o contraponto necessário nos nossos instintos para que eles cumpram a missão de assegurarem a sobrevivência da nossa felicidade. O tempo curto da nossa viagem não nos deve prender ao que é certo, claro e objectivo. A nossa vida é mais do que isso. A viagem é aventura, é instinto em desenvolvimento para que possamos sonhar com todos os lugares de luz que aquecem o coração. A razão estará sempre lá, mas serão sempre os nossos instintos, se confiarmos neles, que nos dirão para onde temos que ir e também que caminhos trilhar. Confiemos no que a natureza sabiamente criou.

La empresa Diario de Salamanca S.L, No nos hacemos responsables de ninguna de las informaciones, opiniones y conceptos que se emitan o publiquen, por los columnistas que en su sección de opinión realizan su intervención, así como de la imagen que los mismos envían.

Serán única y exclusivamente responsable el columnista que haga uso de nuestros servicios y enlaces.

La publicación por SALAMANCARTVALDIA de los artículos de opinión no implica la existencia de relación alguna entre nuestra empresa y columnista, como tampoco la aceptación y aprobación por nuestra parte de los contenidos, siendo su el interviniente el único responsable de los mismos.

En este sentido, si tiene conocimiento efectivo de la ilicitud de las opiniones o imágenes utilizadas por alguno de ellos, agradeceremos que nos lo comunique inmediatamente para que procedamos a deshabilitar el enlace de acceso a la misma.