Dizem-nos, desde há muito, que o melhor é não termos expectativas em relação a nada nem a ninguém para nos decepcionarmos menos. Na mesma linha também não devemos criar expectativas em relação a nós para não nos frustrarmos ou magoarmos. Se seguirmos por este caminho seguro estaremos mais defendidos e o nosso coração na sofrerá tanto.
A este propósito a escritora e compositora brasileira Fernanda Mello diz-nos que não quer promessas porque “promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos. Não, não e não. Eu não quero dor. Eu não quero olhar no espelho e ver você escorrer, manchando minha cara bonita”.
Para não sofrermos muito com as desilusões das promessas não cumpridas vamos baixando e gerindo as expectativas em relação a nós e aos outros. É uma estratégia de vida como outra qualquer. É segura e avisada. Porém e reconhecendo a racionalidade desta opção o nosso coração tem uma tendência para seguir por outras veredas mais acidentadas e repletas de tantos entusiasmos quanto perigos.
Neste sentido a também escritora e poetisa brasileira Martha Medeiros sublinha o seguinte: “a cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.” Ora, é justamente a expectativa que em si já é entusiasmo que nos faz avançar no caminho em relação a uma vida cheia de emoções e atribulações, naturalmente com altos e baixos.
Se optarmos por este caminho estarmos menos defendidos e mais expostos. Podemos sofrer mais. Mas também seremos mais. Ao depositarmos a nossa confiança nos outros estamos a entregar-nos à vida. Estamos a vivê-la na plenitude. Estamos a caminhar com entusiasmo em direção à felicidade. Sabemos que a jornada nunca será linear. O caminho tem pedras e obstáculos que é preciso contornar.
Por vezes estaremos tristes, infelizes e frustrados. Mas a partir desta condição transitória daremos sempre mais valor aos dias de sol e de alegria que também chegarão. Valorizaremos mais o que é bom e que veio ao nosso encontro cruzando-se na nossa resistente expectativa.
Ao nível dos afectos nunca estaremos em cima ou em baixo em permanência. Mas seguiremos sempre em frente se não deixarmos apagar a vela do nosso entusiasma para que ele desenhe e faça cumprir todas as expectativas a que temos direito. É por esta razão e por muitas outras que não cabem neste texto que prefiro sempre o entusiasmo das expectativas a qualquer lugar seguro.
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