Viernes, 26 de abril de 2024
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As promessas por cumprir
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As promessas por cumprir

Actualizado 07/01/2023 16:26
Miguel Nascimento

As voltas da vida fazem-nos acreditar nas pessoas e em todas as suas promessas. Em determinada momento, em função das nossas necessidades materiais, emocionais ou espirituais, as promessas que os outros nos fazem ganham valor de lei. Acreditamos no que desejamos ter ou sentir. Confiamos. Temos esperança nos caminhos prometidos que se cumprirão tal como foram escritos e desenhados em forma de compromisso.

Mas o tempo, esse vilão implacável, vem sempre estragar as contas das promessas por cumprir afirmando a realidade como ela é, nua e crua. É então que a desconfiança se instala e o abismo entre a promessa e o seu incumprimento ganha um peso exponencial. A partir daqui todas as outras promessas, do presente e do futuro, vão tendo menos margem, menos espaço para germinarem.

O coração fica magoado e descrente. E também desiludido por ter acreditado e confiado. Mas, no meio da ponte em que as promessas por cumprir nos deixaram, olhamos para a margem que é preciso alcançar, justamente para sairmos dali, daquele impasse. Nesse momento, precisamos que os nossos pés avancem sobre o destino e não de palavras que o vento leva com facilidade.

De resto, Nietzsche disse-nos a este propósito que “devemos ter uma boa memória para sermos capazes de cumprir as promessas que fazemos”. E eu posso acrescentar que devemos prometer menos e fazer mais, deixando a memória para outras latitudes. O tempo é demasiado curto como sabemos. Não o podemos desperdiçar acreditando em todos as promessas que nos fazem. Não podemos acreditar em todos os que nos dizem para acreditarmos neles. Mas temos que manter a utopia para seguirmos caminho. Não podemos deixar morrer o encantamento apesar dos desencantos da viagem. Nas como seguirmos em frente e continuarmos a acreditar sem parecermos ingénuos ou tolos? A resposta será sempre difícil e talvez um pouco confusa.

Mas dentro de nós, nas veredas da nossa interioridade, sabemos sempre que caminho seguir para além das montanhas de vicissitudes que precisamos aplainar. Entre o coração e a razão faremos as nossas escolhas. Nem sempre acertaremos no caminho. Cairemos muitas vezes. Levantar-nos-emos outras tantas.

Teremos sempre mais dúvidas que certezas. Porém, durante a viagem e até ao fim dos tempos, teremos sempre um enorme gosto nesse apontamento de magia ao percebemos que somos genuinamente nós, em permanência, e por inteiro. Afinal na outra margem há luz à nossa espera. Só temos que a aumentar para que ela chegue aos outros, também de forma genuína e comprometida como se a nossa vida dependesse disso. As promessas cumpridas fazem de nós melhores seres humanos e elevam-nos aos mais altos patamares da simplicidade. Sejamos tolerantes e felizes, todos!

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