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António Salvado, um poeta global
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António Salvado, um poeta global

Actualizado 27/09/2022 09:34
Miguel Nascimento

"O que se deve pedir no começo do crepúsculo

É um cântico de luz para a manhã seguinte…”

António Salvado

No próximo dia 30 de Setembro é apresentado na Biblioteca Municipal de Castelo Branco (Portugal) o livro do Professor Catedrático António dos Santos Pereira dedicado à obra de António Salvado, um poeta global. Trata-se de um acontecimento único e detentor de um simbolismo especial. Faço, em primeiro lugar, uma declaração de intenções. Sou, há muito, amigo dos dois “Antónios”. Do poeta e do professor. Por isso, tudo o que escrever será sempre suspeito à luz desta minha confissão que neste momento se impõe. O professor jubilado da Universidade da Beira Interior, António dos Santos Pereira, é um sábio. Um mestre das letras. Um humanista por inteiro. Um académico de grande referência pela expressão do saber e da competência que faz o favor de partilhar connosco, todos os dias, ora escrevendo obras de grande densidade, ora ensinando-nos detalhes relevantes para que possamos compreender melhor a nossa comunidade. É um professor de alma cheia. Tenho a honra de ter sido seu aluno. Hoje partilhamos uma amizade para a vida. Foi um gosto enorme assistir às suas aulas, lições magistrais sobre o local e o global. É um privilégio poder mergulhar nos mares de sabedoria em que continua a navegar. É uma honra poder trilhar caminhos feitos de letras e de significado. Está aí mais uma colheita da sua safra incansável pelo território da sua e nossa “Beiranidade”. Desta vez percorreu a extensa obra de António Salvado, que considera “um grande poeta pela inspiração, pelo trabalho e sentido de perfeição.” Estudar a obra e escrever o livro “António Salvado - Sépalas da claridade de um poeta global” foi para o autor um privilégio embrulhado na “sensação de uma seara de espiga cheia em terreno fértil, úbere, sempre a renovar-se e pelo facto de nele haver trabalho, talento e encontro de pares de forma permanente. Esta obra, com mais de 300 páginas, é um marco nesse fio de análise que perdurará nos tempos na medida em que, como escreve António dos Santos Pereira na conclusão deste seu trabalho, o poeta António Salvado é “a personalidade mais rica das últimas três gerações, nascida e a residir no que chamamos Portugal de Dentro, entre Tejo e Douro, e uma das maiores da cultura portuguesa.” O professor reforça ainda que a poesia lhe “deu a marca maior da Arte” tornando-o “figura universal, mas António Salvado deixou-nos uma outra produção ensaística variada, mostrando-se capaz da biografia das gentes das Letras, homens e mulheres, da etnografia, da história da arte e da lexicografia com uma originalidade incontestável.” António Salvado é um poeta global, com lugar simbólico deste nosso território Interior, da “Beiranidade” e do Portugal “de Dentro”, que vai, em extraordinária ligação afectiva até Salamanca, a nossa querida cidade das pedras douradas, qual plataforma de embarque para toda a geografia ibero-americana onde a poesia é sempre casa comum de todos os povos que se abraçam em fraternidade. Para além de tudo o que não cabe neste pequeno texto é preciso reforçar a importância que a Universidade da Beira Interior atribuiu ao poeta, concedendo-lhe o título de doutor honoris causa, e a Universidade de Salamanca que foi sempre geografia de reconhecimento cultural e académico de um poeta da lusofonia. Quando a academia reconhece os seus poetas e os estuda de forma metódica e criteriosa, encontramo-nos perante a junção de dois mundos que a todos nos honram e fazem acreditar que o caminho pode ser sempre, como nos diz o poeta global, “um cântico de luz para a manhã seguinte.” Neste e em muitos outros domínios os dois “Antónios” são uma inspiração e um exemplo a seguir. Saibamos honrar este legado trabalhando e semeando a esperança neste chão que é nosso e de todos os que o quiserem abraçar com o coração.

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