A ilusão cruza-se connosco na estrada. Iludimo-nos na esperança do futuro por desenhar. Criamos expectativas. Confiamos. Desiludimo-nos. Por vezes a ilusão é apenas uma consequência da nossa ingenuidade ou a simples expressão das circunstâncias por acreditarmos e confiarmos em demasia. Enredamo-nos numa confusão de sentidos que nos afasta da realidade. Julgamos que algo é o que não é ou, pior, acreditamos em alguém que afinal não é o que parecia ser. Entre a ilusão construída pelos outros e também por nós há toda uma geografia de muitos enganos e poucos acertos. Aí nessa zona nublada mas disfarçada de luz vivemos tempos ilusórios que parecem verdadeiros. Muitos confundem ilusão com sonhos. Por isso, quando se desiludem desistem dos sonhos e tantas vezes do caminho traçado para as suas vidas. Infelizmente as cortinas de fumaça de que são feitas as ilusões permanecerão lado a lado connosco. Temos que conviver com elas e desmontá-las como se fossem enigmas à espera de serem decifrados. Esse exercício faz parte dos jogos de luzes e sombras em que participamos de forma consciente ou não. Porém os sonhos são nossos. Dependem de nós e da nossa capacidade de os alimentarmos apesar de todas as ilusões, enganos e desencontros. O sonho tem que viver em nós. Não o podemos matar. Se o fizermos, matamo-nos, como dizia Fernando Pessoa, reforçando que isso seria como “mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.” E aquilo que é nosso deve ser defendido como se fosse um castelo. Não pela importância do ter. Mas, sobretudo, por causa do ser. Também por isso temos que evitar e contornar as ilusões para nos dedicarmos aos sonhos que construirão o nosso futuro e o de todos os que nos acompanham na viagem. Adulterando, ligeiramente, uma extraordinária canção do Jorge Palma, afirmo com força e vigor: enquanto houver estrada para andar, o sonho vai continuar!
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