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Domingo, tempo de luz e fraternidade
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Domingo, tempo de luz e fraternidade

Actualizado 17/04/2022 10:06
Miguel Nascimento

O Domingo de hoje é, verdadeiramente, o tempo da luz e da fraternidade. É o tempo da passagem, da ressurreição e da reafirmação da esperança. É a vitória da vida sobre a morte como grau simbólico maior da nossa dimensão humana. Para quem acredita é a expressão da fé que se manifesta em luz sobre o caminho. É a alegria da fraternidade que abraça todos os que comungam do mesmo espírito e partilham o mesmo pão e o mesmo vinho. Depois das chuvas e tormentas que o Inverno teimou em deixar a Páscoa veio até nós cheia do sol quente da Primavera. O tempo convida à celebração da rua e ao vivenciar dos momentos bons que a vida sempre nos oferece. A calma instalou-se em nós. Mas, apesar desse sentimento de aparente tranquilidade transitória, sabemos que nada está bem, nem podia estar, com uma pandemia que ainda não está resolvida e, sobretudo, com um guerra bárbara, injusta e cruel que nos enche os olhos de sangue de todos os inocentes. A Páscoa é tempo de luz e fraternidade. Porém, desta vez não consegue, infelizmente, cumprir o seu desígnio. Enquanto todos procuramos redescobrir as nossas veredas da interioridade e desfrutar dos sabores que a mesa proporciona, nomeadamente no quadro do cumprimento de simbólicas e ancestrais tradições gastronómicas, há um sentimento forte que vem de dentro que nos impede a satisfação. Não podemos estar bem quando a Via Crucis da Ucrânia continua com o povo ucraniano absolutamente martirizado. Os males do mundo não começam nem acabam aqui nesta geografia do leste europeu. Mas há aqui uma emergência aflitiva que provoca o jorrar do sangue até à nossa porta, ao mesmo tempo que ameaça os valores civilizacionais que custaram muito a erguer e a consolidar. Enquanto morrem ucranianos não deixaram de morrer refugiados de outras geografias no mar Mediterrâneo. Também não acabaram os atropelos aos direitos humanos e muitos outros conflitos no mundo onde morrem crianças, mulheres e homens às mãos de outros tantos ditadores sanguinários. No fundo é a humanidade que está doente. E enquanto a diplomacia internacional dos interesses não actua os ditadores vão avançando com as suas loucuras, testando os limites da tolerância, sempre no sentido de alimentarem os seus egos dementes. Gostaria muito que esta fosse a Páscoa da paz. Mas não é. Sabemos que está longe de o ser. Mas para quem acredita na última centelha de humanidade esta Páscoa pode ser a passagem da esperança de luz e de fraternidade que abrace a paz na Ucrânia e em todos os lugares onde ela falta. Sem paz não há caminho. E sem caminho não há futuro. Perante todas as impossibilidades resta-nos orar, ter fé…e fazer o que estiver ao nosso alcance para ajudar no que for preciso para que o Domingo de Páscoa desça sobre nós, verdadeiramente, hoje e sempre!

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