Jueves, 25 de abril de 2024
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Como o tempo voa
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Como o tempo voa

Actualizado 03/04/2022 09:36
Miguel Nascimento

No caminho de todos os dias vamos tropeçando em memórias e em coisas que já lá vão. Damo-nos conta que o tempo voa. Vamos percebendo como tudo é incerto e fugaz. O tempo passa. Passa por nós sem darmos conta. À medida que a idade avança vamos percebendo que temos mais histórias para contar. As mesmas histórias e outras que alguém nos contava e que já cá não está para as desfiar. Agora somos nós que as contamos. Vamos subindo a escada dos últimos. Transformamo-nos, num abrir e fechar de olhos, nos mais velhos da mesa do jantar ou da roda da conversa. O tempo fustiga-nos sem piedade. Enruga-nos. Consome a nossa energia. No outro dia sentíamo-nos uma criança a crescer na ansiedade de se transformar em adulta, sempre em nome da liberdade. Agora que somos adultos esforçamo-nos para não perdermos a criança que ainda resiste dentro de nós. O caminho que tomamos parece seguir para um plano inclinado. Na verdade, amanhã quando o sol se esconder teremos menos um dia. E num determinado momento da viagem damo-nos conta que temos menos dias para percorrer do que aqueles que já andámos e que tantas vezes não valorizámos. No percurso inevitável do envelhecimento nem tudo rima com subtração ou diminuição. Há muito para acrescentar. Há caminho para adicionar. Há tempo para viver a serenidade e cultivar a sabedoria. Quanto temos menos tempo tudo conta. E a nossa conta do tempo deve ser validada pelo somatório da qualidade e do prazer. Nem todos nos damos conta disto. Na verdade, se a maioria desse conta disso a geografia do nosso tempo teria mais luz, mais afecto e mais amor. Se o tempo voa temos que voar com ele para uma vida plena em que cada momento conta. E para que tudo conte não podemos desperdiçar nada. É também por isso que devemos deixar falar o coração para que ele defina as coordenadas. Se pensamos muito acabamos por não fazer. Se fizermos podemos errar. Se erramos estamos apenas a cumprir a nossa humana condição. Como disse um mestre que muito respeito e admiro: “é preciso que os trabalhos sejam imperfeitos para que possam melhorar.” Vamos a isso porque o tempo voa!

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