Martes, 23 de abril de 2024
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Entre o medo e a coragem
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Entre o medo e a coragem

Actualizado 13/03/2022 09:29
Miguel Nascimento

Todos têm medo. Todos temos medo. Mas quase sempre é o medo que nos faz avançar para não ficarmos encostados à parede, assustados com o que estará por vir. Quando não temos opção o medo transforma-se em coragem. Faz de nós maiores do que somos. Agiganta-nos. Por isso, avançamos, com medo, mas absolutamente determinados a enfrenta-lo! O grande Nelson Mandela deixou-nos, a partir do seu exemplo de vida, a sabedoria das palavras: “Aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que conquista esse medo.” Por estes dias negros que atravessamos o melhor exemplo de coragem chama-se Ucrânia!!! As imagens longínquas, mas perto do coração, que nos entram pelos olhos dentro arrebatam -nos a alma. A morte, a dor e o sofrimento que a guerra sempre transporta voltaram a bater-nos à porta. E nós não podemos deixar de a abrir, franqueando a entrada a todos os que precisam do nosso auxílio. Este é o tempo certo e derradeiro em que a democracia, a liberdade e o primado da lei se devem sobrepor a todos os laivos de totalitarismo imperial. Não podemos fechar os olhos perante a angústia de um povo que defende a sua pátria até ao limite das suas forças. Como nos recorda o poema de Sophia, “vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”, também nós devemos actuar em vez de fingirmos que o que está a acontecer é apenas uma realidade romanceada que acontece longe de nós, num país muito distante. As imagens cheias de dor que nos chegam estão manchadas de sangue e de vergonha! Não! Não passarão! A realidade da guerra está aí, nua e crua. E o povo ucraniano é o exemplo maior da coragem que enfrenta todos os medos. E o seu exemplo maior de coragem não é apenas a imagem dos que lutam pelo seu território e pelo direito à soberania de um povo que tem, tal como todos nós, o futuro para agarrar. A determinação destes homens e mulheres é um exemplo que devíamos acompanhar na defesa da humanidade e de todos os princípios e valores que nos trouxeram até aqui. Se deixarmos os ucranianos abandonados ao destino da sua coragem estaremos a abdicar da defesa da democracia como bem maior de um povo livre, independentemente da geografia do seu chão. Não podemos voltar para trás nem fechar os olhos a todos os retrocessos civilizacionais que por estes dias ecoam na nossa Europa. Temos que dar luta à intolerância e abraçar em solidariedade o povo ucraniano, irmãos e e heróis de um tempo sofrido e sombrio. Mais do que palavras repletas de sentimento o povo ucraniano precisa de ajuda material a diversos níveis. Precisa de apoio e acção, já, antes que seja demasiado tarde. O medo que todos temos deve dar lugar à coragem alargada a todos as trincheiras onde se combate pela democracia. Há lutas de um lugar que são comuns ao lugar de todos. Ajudemos para ajudarmos a humanidade no combate à loucura do totalitarismo que, ciclicamente, abala os nossos pilares fundacionais. Glória à Ucrânia e ao povo ucraniano! Tenhamos coragem para triunfarmos sobre o medo!

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