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A vida entre o impulso e a ponderação.
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A vida entre o impulso e a ponderação.

Actualizado 20/01/2019
Miguel Nascimento

A vida entre o impulso e a ponderação. | Imagen 1

O impulso é uma força. A ponderação é uma força tranquila! A vida sem impulsos não tem entusiasmo. Sem ponderação não tem equilíbrio. Tendo em conta que precisamos muito dos equilíbrios para dosear todos os imprevistos que acontecem e todos os impulsos que temos ao longo da nossa caminhada, isso significa que a ponderação das coisas é uma atitude que devemos cultivar. O impulso faz-nos dar respostas com o coração e caminhar em função das emoções que a nossa humana condição expressa. Ponderar é responder com inteligência aos desafios da viagem. Precisamos de uma coisa e de outra para sermos felizes e para seguirmos até ao nosso destino. Precisamos de uma coisa e de outra para nos fundarmos e refundarmos. À medida que a idade avança a impulsividade vai perdendo fôlego e a ponderação vai assumindo o seu lugar natural. O processo de envelhecimento dá luz ao caminho, convoca a maturidade e a ponderação. Também se vai esquecendo do impulso e de toda a fogosidade que representa. Através da ponderação aprendemos a reflectir melhor sobre as coisas, a actuar com prudência, com bom senso e a analisarmos cada situação com minúcia e atenção. Em função disso fazemos escolhas mais acertadas, cometemos menos erros e, sobretudo, não sofremos tanto com as nossas imprudências. Mas, para chegarmos até aqui tivemos que aprender tudo o que a vida nos ensinou. E só pudemos aprender porque fomos livres, imprudentes e impulsivos. Sim, só somos ponderados porque aprendemos com os erros que a nossa juventude nos pôde proporcionar. Para chegarmos ao nosso destino precisamos ponderar sobre os caminhos que queremos percorrer. Temos que analisar muito bem os prós e os contras de escolhermos uma direcção ou outra. Mas, para sermos felizes temos que deixar espaço à impulsividade para que as coisas que têm que acontecer aconteçam! O erro é o mestre da nossa caminhada. Se não errarmos não aprendemos! Se não caminharmos ao sabor do vento e movidos pela nossa impulsividade não conheceremos nunca o sabor da incerteza e da felicidade que mora em todas as nossas dúvidas e hesitações. A vida é uma coisa bela! Deve ser vivida com intensidade, ponderação e impulso. E se alguma coisa de apaixonante a ponderação nos ensina é devemos deixar espaço à impulsividade. Tudo o que é impulsivo sai do coração. Tudo o que pode sair da ponderação também pode sair desse poço de emoções, mas não é tão intenso e genuíno. O caminho escolhe-nos. Coloca-nos à prova. Faz-nos subir e descer montanhas. Faz-nos passar por altos e baixos, por aflições e por momentos de absoluto prazer. A vida é bela assim como é, ponderada e impulsiva. Por isso, não podemos dar nada como certo por muito que ponderemos. Também sabemos que a impulsividade resolve algumas coisas pela sua rapidez e pelo seu imediatismo. Mas, na mesma medida, faz-nos bater contra muros intransponíveis apenas porque não usamos a razão e a ponderação. Entretanto, seguimos viagem. Umas vezes de forma impulsiva e outras mais ponderada. No meio estará o equilíbrio. O nosso balancear de emoções e racionalidades. Neste ponto de todas as convergências encontraremos o nosso refúgio e a geografia de regresso sempre que uma coisa e outra se extremarem. Por isso olhamos para a impulsividade e para a ponderação como se fossem duas faces da mesma moeda que gira sem cessar em cima do tampo de uma mesa. Cada face surge diante do nosso horizonte visual com uma rapidez incrível. Quando queremos fixar o nosso olhar numa das faces da moeda ela já lá não está, já foi substituída por outra através deste frenético movimento de rotação. A vida também é assim. E por ser assim, não devemos excluir nada, aceitando tudo o que acontece com impulsividade e ponderação.

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