"Teremos de reaprender a ver, a conceder, a pensar e a agir. Não conhecemos o caminho, mas sabemos que o caminho se faz andando. Não temos promessas, mas sabemos que o impossível se torna possível na mesma medida em que o possível se torna impossível. Tem
A mudança acontece a cada instante. O mundo muda. Nós mudamos. Transformamo-nos e reinventamo-nos sempre que for necessário para acompanharmos os tempos que mudam. Às vezes não nos damos conta disso. Outras vezes temos a percepção da mudança que acontece em nós. A consciência desse estado é uma bênção extraordinária e também um sinal de inquietação. A falta de consciência perante todas as metamorfoses é quase sempre um sinónimo de uma felicidade imensa. Uma coisa e outra têm o seu lugar e fazem parte do equilíbrio que todos precisamos de procurar e, sobretudo, encontrar. Sonhamos tantas vezes com o impossível e com um caminho difícil de percorrer. Porém, mesmo que a realidade nos faça colocar os pés no chão para caminharmos em vez de flutuarmos não deixamos de viajar no tapete mágico da nossa imaginação para anteciparmos as nossas próprias transformações que nem sempre se coadunam com o tempo normal do trajecto. As mudanças de velocidade e de direcção, os avanços e recuos são, entre outros, parte da seiva que alimenta a viagem. O que verdadeiramente importa é destino que traçamos para alcançarmos a felicidade. Se o caminho é a direito ou é sinuoso é apenas uma questão de que nos falam os imprevistos de todas as viagens que, não raras vezes, são os seus tempos e espaços mais interessantes. Às vezes deixamo-nos conduzir pelo vento e a vida toma conta de nós. Acontecem as coisas que têm que acontecer. Nesse caso não direi que somos meros espectadores, mas quase. E isso não é necessariamente mau. Mas também podem acontecer as coisas que desenharmos para a nossa vida. E se elas acontecerem a vida tem mais sabor e intensidade. Tem outro toque de magia. É também por isso que sempre gostei do caminho do impossível, ousando percorrê-lo. O impossível só tem essa condição se não tentarmos, se não subirmos a montanha e todas as montanhas, apesar de todos os sacrifícios inerentes ao esforço. A nossa vida tem muitos becos sem saída e muitos caminhos impossíveis. Em relação aos primeiros devemos sempre tentar desenhar portas onde elas não existem. Em relação aos segundos devemos tentar realizar a impossibilidade, começando por ouvir um dos muitos ensinamentos de São Francisco de Assis: "comece por fazer o que for necessário, depois o que for possível e, de repente, estará a fazer o impossível." Naturalmente é sempre mais fácil dizer ou escrever do que fazer. Mas se não fizermos nunca teremos a sensação de termos tentado. E se tentarmos podemos alcançar?mesmo o que é aparentemente inalcançável. Edgar Morin diz-nos que "teremos de reaprender a ver, a conceder, a pensar e a agir. Não conhecemos o caminho, mas sabemos que o caminho se faz andando. Não temos promessas, mas sabemos que o impossível se torna possível na mesma medida em que o possível se torna impossível. Temos uma necessidade: revolucionar para conservar e conservar para revolucionar." Sim, temos que ir andando para seguirmos em frente. Sabemos que o caminho é por aí, mesmo não conhecendo o seu trajecto. Temos que seguir viagem e reaprender tudo o que for necessário para nos reinventarmos nela. Afinal a beleza não reside na chegada mas na aventura do caminho. Max Weber disse-nos que "o homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível." E quantos de nós não tentam o impossível? E quantos de nós não desanimam porque não o conseguem alcançar? Quantos de nós não de sentem em baixo depois de tantas tentativas sem sucesso? Porém e no meio de tantas tentativas, às vezes, não conseguimos vislumbrar tudo o que aprendemos e todas as mudanças que operámos em nós e que nos fizeram mais fortes para tentarmos as vezes que forem necessárias, sempre com mais força e sabedoria. E isso tem um significado extraordinário que devemos aprender a valorizar. Podemos continuar a tentar sem alcançarmos o impossível. E entre todas as tentativas alcançamos o possível que, de outra forma, seria impossível. Tentamos e continuamos a tentar até ao limite das nossas forças. Essa é a nossa grande esperança e também o farol que ilumina o nosso caminho. E tudo isso está nas nossas mãos! Está ao nosso alcance! Basta tentarmos as vezes que forem necessárias! Nesse momento o impossível torna-se possível aos nossos olhos e o nosso coração enche-se de felicidade, afinal é esse o grande objectivo da viagem!
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