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Reclama-se o regresso da sabedoria!
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Reclama-se o regresso da sabedoria!

Actualizado 18/12/2016
Miguel Nascimiento

Reclama-se o regresso da sabedoria! | Imagen 1

Há muito que digo e repito esta frase: "vivemos tempos muito difíceis". Não a digo e repito com gosto. Ela é apenas um reflexo da realidade que vivemos. Sim, são tempos duros a vários níveis que exigem lideranças fortes e detentoras de sabedoria. O mundo que conhecemos tem vindo a mudar de forma vertiginosa mesmo debaixo do nosso nariz. As coisas estão a mudar para pior e nós continuamos adormecidos numa espécie de letargia do "está tudo bem"! Mas, não está. No fundo, sabemos que não está. Cada um segue o seu caminho, tratando da sua vida, pensando sempre que o que se passa à sua volta não o afecta nem afectará num futuro próximo. Nada de mais errado! Na verdade, o individualismo instalou-se na nossa sociedade. Estamos mais fechados sobre nós. Menos solidários. Menos preocupados com os outros. Estamos mais indiferentes ao sofrimento alheio. Tornámo-nos mais frios, quase gélidos. Deixámos de participar e de nos envolver nas coisas. Encolhemos os ombros. Deixamos as decisões para os outros. Para os que gostam de andar por aí. A ausência de participação enfraquece a democracia. E isso abre caminho para muitas coisas. A ausência faz sempre com que os outros ganhem por falta de comparência mas que, apesar de tudo, sentem-se legitimados para a tomada de decisão. E entre as ausências e as lideranças enfraquecidas que daí resultam surgem os populismos em cada esquina. Estes são tempos duros em que a hipocrisia "dos pequenos nadas" e das grandes coisas se banqueteia em mesas fartas por falta de denúncia e de contraditório. Estes tempos duros reclamam o regresso da sabedoria que, congregando todas as suas competências, sabe decidir e liderar com sensatez, prudência e moderação. Precisamos de nomes fortes para as plataformas de decisão. Precisamos de lideranças sábias e inspiradoras. Precisamos de equilibrar o mundo e retirar do palco decisório aqueles que chegam ao poder utilizando a esperteza e o "chavão" que todos querem ouvir em momentos de desespero e aflição. Depois da conquista do poder segue-se um vazio. Uma nada. Seguindo-se apenas a concretização de uma estratégia de manutenção de poder, sem se dar um passo para a mudança. E de ciclo em ciclo tudo vai ficando pior. Não quero ser catastrofista nem contribuir para o desenho de profecias do fim do mundo. Quero apenas alertar para necessidade de sermos mais exigentes connosco e de nos disponibilizarmos para fazermos mais alguma coisa para além da soleira da nossa porta. Se todos iniciarmos a mudança connosco e a partir daí na comunidade tenho a certeza que a participação aumentará e com ela a discussão de ideias e projectos; aumentará também a monitorização das decisões e a escolha das lideranças será mais apertada, valorizando-se mais a sabedoria do que a frase fácil e o discurso bacoco. Este é o tempo do regresso da sabedoria. Precisamos que os sábios nos venham ajudar e que desçam da montanha onde há muito instalaram depois de se terem desiludido com os homens e com o mundo. Se não fizermos nada caminhamos para o abismo. E está nas nossas mãos fazermos alguma coisa pelo chão que pisamos. É por isso que devemos mudar a nossa atitude. E de um estado passivo devemos passar à acção. Mudar em nós e mudar por nós. E ao provocarmos essa mudança estaremos a mudar com todos e por todos. E depois temos que procurar os sábios, pedindo-lhes ajuda para que, em conjunto, possamos equilibrar o mundo e ganhar espaço para que a esperança possa semear mais humanismo, mais solidariedade e, sobretudo, mais futuro.

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