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IUBILIUM, o grito de alegria!
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IUBILIUM, o grito de alegria!

Actualizado 03/01/2016
Miguel Nascimiento

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O Papa Francisco tem vindo a implementar a sua marca na Igreja, transformando-a naquilo que ela é e deve ser; ou seja, a casa de todos que a todos acolhe nas suas necessidades, aprofundando a fé e a dimensão espiritual do nosso caminho comum. Este Papa ficará na história da Igreja por muitas razões. As que são conhecidas e as outras que o mundo conhecerá. Acredito, verdadeiramente, no trabalho do Papa Francisco, acima de tudo porque não é fácil e porque teima em ir pelo caminho mais longo e mais difícil. Talvez mais penoso e certamente repleto de dificuldades, mesmo para quem tem todo o poder para legitimamente estar sentado na cadeira de Pedro. Vivemos tempos de trevas e de grandes dificuldades a vários níveis. Também por isso, precisamos, mais do que nunca, de uma luz que nos guie no escuro e de uma referência incontornável que marque o caminho para que o possamos percorrer em paz e esperança. O Papa Francisco é, sem dúvida, o grande líder espiritual deste tempo porque, para além da sua imensa sabedoria, é um homem comum que percebe o nosso tempo e todas as fragilidades da nossa dimensão humana. O mundo que conhecemos está mergulhado num caos, fundamentalmente devido à desmesurada ambição dos homens. Francisco, o chefe da Igreja, mas o homem mais simples dos simples dá-nos, em primeiro lugar, o seu exemplo de simplicidade e de amor. Depois, pensa em voz alta e diz, sem rodeios, o que lhe vai na alma. Não sei se existe uma estratégia para a narrativa do Papa Francisco ou se as coisas lhe saem simplesmente do coração, rompendo muitas vezes o protocolo estabelecido. Sai apenas que o Papa Francisco tem uma força extraordinária e uma simplicidade que desarma e comove. Não é por acaso que acolheu o nome "Francisco" com todo o significado simbólico que o mesmo carrega. No meio das dificuldades e destes tempos difíceis precisamos de "gritos de alegria" para renovarmos a esperança e seguirmos em frente, no caminho! Este ano de 2016 é, por determinação do Papa, consagrado à Misericórdia. É um ano jubiliar, um ano de Jubileu extraordinário que tem o seu centro na Misericórdia de Deus. Jubileu que provém da palavra latina "iubilium" que significa "grito de alegria" marcará este ano de 2016 consagrado à Misericórdia, palavra de poderoso significado. Começou a 8 de Dezembro de 2015, dia da imaculada Conceição, e terminará no dia 20 de Novembro de 2016. Este "grito de alegria" iniciou-se com a abertura da Porta da Basílica de São Pedro e, com ela, o caminho da salvação. Nela o Papa Francisco tocou três vezes dizendo "Aperite Mihi leva justitiae, ingressus in eas confitebor Domino" que significa: abram-me as portas da justiça; entrando por elas confessarei ao Senhor". Este momento simbólico do Papa representa a passagem da Igreja pela grande Porta evidenciando que a sua missão será ainda mais visível e objectiva através do testemunho da Misericórdia. Não podemos, como diz Francisco, iniciar o caminho sem a necessária conversão espiritual. É por aí que devemos começar, diz o Papa. Mas, ao mesmo tempo acrescenta, "ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus. A Igreja é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém. As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem". São palavras fortes e repletas de significado as que o Papa Francisco envia ao nosso coração. Serão mais difíceis de cumprir no contexto das nossas humanas imperfeições. Estamos disponíveis para perdoar e seguir em frente com o nosso caminho? O gesto misericordioso é fácil? Claro que não, e este é o nosso maior desafio nos tempos que correm. Tempos de individualismo e de ambição desmesurada em que triunfam todas as estratégias dos que não olham a meios para atingir os fins. É precisamente no meio desta realidade que surge o "grito de alegria" e o tempo de misericórdia para que possamos renovar a esperança do tempo presente, seguindo o caminho do nosso destino, daquele que traçamos e queremos percorrer. Este é o tempo de procurarmos a "ovelha perdida, a moeda perdida e o pai misericordioso", cujos episódios foram abundantemente retratados no Evangelho de Lucas, o "scriba mansuetudinis Christi", narrador da mansidão de Cristo. Este é um tempo de redescoberta e de olharmos para o nosso interior e ajudar quem precisa, ajudando ao mesmo tempo cada um de nós a descobrir o caminho da alegria e do amor. Bela mensagem que nos é soprada aos ouvidos pelo Papa Francisco, renovada neste início de ano, neste tempo novo. Saibamos escutá-la e acima de tudo coloca-la em prática para que a misericórdia seja sinónimo de alegria e luz neste tempo de trevas!

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