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As comunidades na era da Internet
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As comunidades na era da Internet

Actualizado 01/11/2015
Miguel Nascimiento

O arqueólogo Genís Roca, especialista em gestão de impacte das novas tecnologias nas organizações, tem vindo a debruçar-se sobre os novos desafios da vida urbana no contexto da redefinição do conceito de "comunidade" na era da internet. Trata-se de uma nova visão do espaço da comunidade em função das grandes e rápidas inovações tecnológicas que marcam o nosso tempo. Sempre vivi com a ideia da comunidade física desenvolvida a partir da cidade e dos seus lugares, dos seus edifícios e das relações e interações que as pessoas estabelecem nesses espaços. Neste sentido, o espaço, urbano ou rural, é consolidado na lógica de comunidade por uma matriz identitária reforçada pela língua, pelo sentido de pertença, pela cultura e pela tradição.

O território em que crescemos e em que nos fundámos como cidadãos é a nossa comunidade e o chão onde estão plantadas as nossas raízes. Ao longo da nossa vida e em função do nosso percurso individual e profissional acabamos por pertencer a diversas comunidades que, na minha perspectiva, estavam sempre ligadas aos lugares, aos espaços e territórios do desenvolvimento das nossas vidas. Confesso que a leitura de um interessante artigo do arqueólogo e historiador Genís Roca despertou em mim um outro olhar para o conceito de comunidade nomeadamente à luz do nosso tempo global e de mudanças vertiginosas na área das novas tecnologias da informação e comunicação. De um momento para o outro não posso colocar de lado as imagens e os cheiros dos lugares das diversas etapas da minha vida. Há lugares e tempos que nos marcam e que ajudaram a construir a nossa personalidade. A maioria de nós tem ideia de bons e maus momentos associados a lugares, cheiros e sons que perduram e perdurarão na nossa memória. Mas, ao mesmo tempo, também podemos abrir novos caminhos para percebermos a nova realidade que se apoderou dos contextos urbanos, fundando novas comunidades no espaço digital, gerando, ao mesmo tempo, novas zonas de inclusão e exclusão. Neste sentido, o contexto urbano em crescemos e aprofundamos a nossa cidadania é e será sempre um espaço educativo e socializador. Mas esse conceito é também válido para as novas gerações deste tempo global, os designados «nativos digitais», que fazem da internet um espaço de diálogo e de troca de experiências.

Por isso, e como afirma Genís Roca, neste novo "século que agora começou, os valores de comunidade e os sentimentos de pertença constroem-se por igual tanto em espaço físicos como espaços virtuais. Se a comunidade é um grupo humano que visa construir uma identidade, um compromisso, uma participação, interesses comuns, vontade de influenciar, sentimento de pertença, relações e sinais externos de identidade, podemos afirmar que estes ecossistemas também estão a desenvolver-se na rede, em espaços que nada têm de virtuais, já que são tão reais que influenciam a educação e a sociabilização dos seus membros, da mesma maneira que as cidades". Há dias, percorrendo as ruas da de Salamanca, sentindo o seu bulício, cheiros e odores e também a silhueta dos seus espaços repletos de encanto, história e beleza, associei esta redefinição do conceito de comunidade às centenas de jovens que estando fisicamente nos espaços e lugares de Salamanca estão, ao mesmo tempo, com a ponta dos dedos e movimentando as teclas dos seus telemóveis com enorme rapidez, a socializar no âmbito das suas comunidades virtuais que acabam por se misturar com a realidade do espaço físico construindo novos tempos reais e novas comunidades. Este é um tempo novo. Temos que nos adaptar a ele. Espero e desejo que os cidadãos, principalmente aos mais novos, nunca percam a ligação aos lugares de afectos e que não mergulhem nas redes de forma tão intensa que deixem de se olhar nos olhos uns dos outros. Mas, a partir da nova visão de quem tem estudado estes fenómenos sou agora capaz de abrir espaço para a redefinição do conceito de comunidade e alargar a minha tolerância e compreensão a toda uma nova geração que está a crescer conjuntamente com aparelhos de grande inovação tecnológica que, por sua vez, se interpretam quase como uma extensão do seu corpo. No cruzamento destes tempos de hoje e de ontem há sempre espaço para a compatibilização de todas as comunidades promovendo a união e a inclusão de todos.

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