Viernes, 19 de abril de 2024
Volver Salamanca RTV al Día
à procura do euro solidário
X

à procura do euro solidário

Actualizado 14/06/2015
Miguel Nascimiento

As lideranças que promoveram a implementação do euro no velho continente estavam absolutamente convencidas da bondade deste avanço significativo no processo de construção de uma Europa ainda mais coesa e solidária. O euro pretendia fortalecer a economia europeia e torná-la ainda mais competitiva. O euro nasceu para aumentar a solidariedade europeia. Hoje, depois de muito caminho andado pela moeda única percebemos que o modelo de introdução do euro foi mal aplicado, criou uma divisão profunda entre os estados-membros da União Europeia e, acima de tudo, criou muitos problemas económicos, sociais e políticos.

A crise económica e financeira a nível mundial que também se abateu sobre a Europa veio fazer tremer um sistema monetário que, afinal, não estava tão sólido como muitos julgaram. A Europa tem, há meses, um problema económico associado ao euro que é, acima de tudo, um significativo problema político que pode determinar, se não for bem resolvido, o fim da União Europeia tal como a conhecemos hoje. E esse problema político anda à volta da questão Grega. As últimas eleições na Grécia ditaram uma viragem muito significativa no país. Os gregos disseram nas urnas e de forma muito clara que não queriam mais austeridade! O novo governo que saiu desse acto eleitoral tem vindo a percorrer um caminho que está em absoluta conformidade com o que o Alexis Tsipras prometeu aos seus eleitores em tempo de campanha eleitoral.

E esse é um bom caminho para se aprofundar a democracia. Era bom que em todo o território europeu se cumprissem no governo as promessas efectuadas durante as respectivas campanhas eleitorais. Como sabemos, infelizmente, existe uma grande diferença entre prometer e cumprir. Também por isso, se verifica um desinteresse cada vez maior pela política e pelos políticos. Neste sentido, julgo que todos os europeus devem ter um enorme respeito pelo que o governo grego está a tentar fazer, seguindo um caminho que encontre espaço para o futuro deste grande país europeu. Mas, a realidade é dura. E as coisas não estão fáceis para a Grécia e para a Europa. Até dia 18 deste mês é preciso encontrar uma solução para o problema grego. Há meses que as notícias da Europa nos dão conta desta questão. Há meses que se percebe a incapacidade das instâncias europeias e outras, como o FMI, para resolverem este problema. O eurogrupo promove reuniões e desmultiplica-se em conferências de imprensa e declarações que nos falam de um acordo que tarda em acontecer. Entretanto, outros tentam encostar a Grécia às cordas!

Paira no ar a possibilidade da Grécia cair na bancarrota, não pagar as últimas tranches aos credores, sair do euro e lançar o país num caos total. Se isto acontecesse era um erro tremendo e, provavelmente, o fim da União Europeia. Como sabemos, a Grécia precisa de fazer reformas profundas e de reestruturar a sua dívida. Mas, também sabemos que deve percorrer esse caminho com o apoio das entidades internacionais, nomeadamente da União Europeia, e que não pode estar sujeita a esta pressão inaceitável que quase não deixa os gregos respirar. O caminho deve fazer-se em conjunto e em conformidade com os valores e ideais que presidiram à edificação de uma europa coesa e solidária. Este é o tempo da Europa emergir das águas profundas e vir à tona ajudar a resolver esta grande questão que é, acima de tudo, política.

O mundo está a atravessar um período de grandes mudanças. A conflitualidade entre nações está a aumentar de forma exponencial. A União Europeia é um garante da paz e da estabilidade. Por isso, não pode deixar, em primeiro lugar, de ajudar os seus, apoiar os estados-membros que a constituem, para verdeiramente evidenciar algumas das suas características mais significativas: a coesão e a solidariedade. Este é o tempo de actuar. As soluções para os problemas, e em particular para o problema grego, não são fáceis e exisgem um grande esforço de concertação. Mas, também é nas dificuldades e nos momentos difíceis que os homens e as instituições se afirmam. Este é o tempo de ajudarmos a Grécia a ultrapassar esta dificuldade tornando a Europa ainda mais forte para continuar o seu caminho.

La empresa Diario de Salamanca S.L, No nos hacemos responsables de ninguna de las informaciones, opiniones y conceptos que se emitan o publiquen, por los columnistas que en su sección de opinión realizan su intervención, así como de la imagen que los mismos envían.

Serán única y exclusivamente responsable el columnista que haga uso de nuestros servicios y enlaces.

La publicación por SALAMANCARTVALDIA de los artículos de opinión no implica la existencia de relación alguna entre nuestra empresa y columnista, como tampoco la aceptación y aprobación por nuestra parte de los contenidos, siendo su el interviniente el único responsable de los mismos.

En este sentido, si tiene conocimiento efectivo de la ilicitud de las opiniones o imágenes utilizadas por alguno de ellos, agradeceremos que nos lo comunique inmediatamente para que procedamos a deshabilitar el enlace de acceso a la misma.

Comentarios...