É preciso descomplicar

A vida tem momentos pesados e outros mais leves. Os nossos minutos do dia são preenchidos pelas decisões que tomamos e pelas coisas que fazemos. Contornamos obstáculos. Subimos e descemos a montanha muitas vezes. Deliciarmo-nos com a calmaria e tentamos sair das tempestades com a maior rapidez possível. A noite abraça-nos, desliga-nos. Obriga-nos a parar e a sonhar. Nem sempre as coisas acontecem como estão programas e muito menos em conformidade com os nossos desejos. Neste vai e vem de emoções entre tarefas para executar e uma vida para viver encontramos pessoas que tornam tudo mais fácil e outras que complicam tudo o que é simples. Não podemos nem devemos julgar ninguém por ser como é. Todos temos os nossos defeitos e virtudes. Todos temos as nossas circunstâncias. A roda da vida que nos molda o carácter encontra muitos particularidades na execução da peça de que somos feitos. Por isso existem modelos únicos numa multiplicidade de semelhanças e de pormenores em comum. Somos como somos. Somos moldados na roda que não pára. Por isso não podemos perder tempo com coisas sem importância. Não podemos desgastar-nos com minudências que apenas irritam e não ajudam a construir nada. Temos que descomplicar. Tornar tudo mais leve e simples para que a luz da felicidade entre no nosso coração. Descomplicar não é uma tarefa simples. Exige treino e preparação. Reclama desprendimento e seleção afinada de prioridades. Quem descomplica não tem a vida mais facilitada. Apenas se torna mais leve e encontra caminhos mais rápidos para a solução dos problemas que é necessário resolver. A descomplicação das coisas ganha espaço para o que verdadeiramente importa. É preciso aproveitar a bela geografia do tempo antes que a nossa peça se parta de vez. Até lá vamos descomplicando, tornando tudo mais leve para que o caminho seja preenchido pela felicidade a que todos temos direito.