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O pão partilhado
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O pão partilhado

Actualizado 29/11/2020
Miguel Nascimento

O pão partilhado | Imagen 1

Os dias de chuva abraçam os confinamentos por estes dias. A água que cai dos céus ajuda a tornar o tempo ainda mais cinzento. Porém, todos sabemos que a água que vem de cima é abençoada e que faz muita falta cá em baixo. E também sabemos que a esperança que alimenta o nosso coração nos faz pensar em dias mais alegres e repletos de cores. Os confinamentos são necessariamente restritivos. Mas não condicionam o nosso pensamento feito de palavras que percorrem as geografias que entenderem, sempre em liberdade. Vem aí a quadra mágica do Natal que acontecerá sob o manto de todas as incertezas. Vem aí o tempo da partilha embrulhado em enormes dificuldades a diversos níveis. Vem aí também um tempo especial, uma oportunidade extraordinária para reflectirmos profundamente sobre a viagem que fizemos até aqui. Havendo menos de tudo talvez possamos fazer mais se soubermos interpretar melhor os sinais que sempre estiveram diante dos nossos olhos. Recordo Antoine de Saint-Exupéry para reforçar o seguinte pensamento: "não existe nada igual ao sabor do pão partilhado". Este é o tempo da partilha que naturalmente se deveria estender ao longo de todo a ano. Mas este gesto comum não significa partilhar as sobras, os excessos e uma ínfima parte das coisas que nunca nos farão falta. Partilhar o pão é alimentar a fraternidade de que somos feitos, enfrentando as dificuldades comuns, repartindo responsabilidades e aligeirando o peso que cai sobre nós durante a nossa demanda. Partilhar o pão é combater a solidão que mata. É estimularmos a palavra que rasga todos os silêncios ensurdecedores. É tocar no outro com amor. Com menos luz no horizonte os gestos de caridade para a fotografia ofuscam-se. E a peneira das dificuldades distribuídas por quase todos separa o trigo do joio deixando na esteira apenas os que querem partilhar o que têm, começando pelo coração. Este é o tempo duro da verdade em que ficamos a saber com quem contamos para enfrentarmos estas nuvens cinzentas que se abatem sobre nós. Sairemos deste longo e gelado tempo invernal. O Natal vai reforçar a luz da esperança. Entretanto, continuaremos a partilhar o pão e a aprender com as lições que a vida nos dá.

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