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A qualidade do nosso tempo.
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A qualidade do nosso tempo.

Actualizado 26/02/2017
Miguel Nascimiento

"O importante não é por quanto tempo viverás, mas que qualidade de vida terás." Séneca

A qualidade do nosso tempo. | Imagen 1

Precisamos de um tempo de qualidade na nossa vida. Mais do que quantificarmos o tempo devemos reclamar a sua qualidade. Mas para que isso aconteça temos que nos concentrar no que é essencial, ou seja, em nós e em todos os que nos são próximos. Às vezes dizemos que não temos tempo porque andamos ocupados a fazer isto e aquilo. Outras vezes reclamamos o tempo de qualidade para o equilibrarmos com as coisas que não estão feitas por falta de tempo. Porém, a qualidade e a quantidade do tempo devem andar de mãos dadas. Devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance para vivermos a vida com intensidade e para abraçarmos a felicidade. Mais do que um desejo esta condição deve manifestar-se em nós diariamente sem intervalos e sem projecções do futuro. A vida é agora. É já! Não é daqui a uns dias ou num futuro longínquo. Tudo acontece demasiado depressa sem que possamos saborear e viver o momento se não lhe dedicarmos a que merece. O tempo voa e não o conseguimos agarrar. Mas o tempo também não existe para ser agarrado. Existe para ser vivido em toda a plenitude e em cada momento. O passado já foi e, como sabemos, os ponteiros do relógio da vida não voltam para trás. Neste sentido, não vale a pena olharmos para o passado com vontade de mudar as coisas, principalmente as que fizemos menos bem. Já não podemos alterar nada! Mas, podemos mudar o presente e desenhar o futuro! O passado permanecerá inalterado. Será um referencial de grande valor e uma grande etapa do caminho. Será o reflexo de tudo o que fizemos bem e menos bem. O futuro está à nossa frente. E a possibilidade de seguirmos um caminho diferente está sempre ao nosso alcance. Há sempre tempo para mudarmos as coisas, para invertermos rumos, emendarmos a mão e, sobretudo, construirmos a nossa felicidade e a de todos os que connosco fazem a mesma viagem. Franz Kafka dizia que "o tempo é o teu capital; tens que o saber utilizar. Perder tempo é estragar a vida." E não podemos perder tempo na medida em que o tempo é uma coisa que acontece demasiado depressa. Por isso, precisamos de prestar mais atenção ao tempo da nossa vida porque, como disse Séneca, "o importante não é por quanto tempo viverás, mas que qualidade de vida terás." Na verdade, podemos sempre dizer que a vida não é fácil e também que é mais simples dizer do que fazer. Naturalmente, isto significa que devemos dedicar tempo e trabalho à realização de todas as condições que garantam a nossa sobrevivência no quadro da satisfação das nossas necessidades básicas e esse já é um campo largo. Porém, é à qualidade do tempo, do tempo todo, que devemos dedicar o nosso coração, a nossa energia e, sobretudo, os nossos afectos. E neste patamar devemos escutar o conselho sábio de José Saramago: "não tenhamos pressa, mas não percamos tempo." E para fazermos as coisas no seu tempo devemos dedicar-lhes a atenção que merecem e esse é o tempo inteiro da nossa vida. Há coisas e momentos que não podem ser vividos senão a tempo inteiro. Não podemos estar fisicamente num sítio e com a cabeça noutro, mesmo que isso não tenha nenhuma má intenção associada. Devemos ser nós, a tempo inteiro, em tudo o que fazemos para que, precisamente, o nosso tempo seja de qualidade. De resto, como disse Antoine Saint Exupéry, "foi o tempo que perdi com a minha rosa que a fez tão importante." Devemos, por isso, cuidar das nossas rosas, dos nossos afectos e do nosso jardim. A felicidade da nossa vida reside nesse trabalho constante e nessa dedicação permanente. Podemos ou não colher os frutos dessa grande sementeira. Mas ficamos sempre com a noção clara de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para sermos felizes e para fazermos os outros felizes. Na palavra de Miguel Torga, "quem faz o que pode, faz o que deve." E nós podemos e devemos ser felizes a tempo inteiro, apesar das dificuldades do caminho. Se seguirmos em frente cuidando sempre das nossas rosas e do nosso jardim teremos tempos de qualidade e tempos de felicidade.

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