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O tempo novo e a síndrome do minuto seguinte.
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O tempo novo e a síndrome do minuto seguinte.

Actualizado 01/01/2017
Miguel Nascimiento

O tempo novo e a síndrome do minuto seguinte. | Imagen 1

Entrámos num tempo novo. Hoje é o seu primeiro dia. O ano novo inicia o seu caminho e com ele renovamos a esperança em dias melhores. Por estes dias fazemos balanços de vida. Projectamos no futuro ideias, iniciativas e sonhos por cumprir. Formulamos desejos. Tomamos resoluções. Dizemos para nós que este ano é que é e agora é que vai ser! Agora é que vamos fazer o que há muito andamos a prometer que fazemos. Dizemos para nós que vamos fazer coisas de forma diferente. Prometemos mudar de vida e mudar a nossa vida. Estes dias de passagem e de transição de ciclo propiciam este tipo de pensamentos. Ficamos nostálgicos e sentimos o vazio das ausências que avida nos tem roubado. Sentimos o vazio das ausências dos que já partiram e das ausências daqueles que por esta ou aquela razão já não estão connosco. Mas, sentimos também a esperança do tempo novo. Olhamos para o horizonte e para o céu grandioso e sussurramos baixinho?desejando coisas secretas para nós e para os que connosco partilham a caminhada da vida. Porém, passada a euforia que, apesar de todas as circunstâncias e dificuldades, as festas de Natal sempre nos proporcionam voltamos ao mesmo, à rotina, às angústias e ansiedades e também ao tempo vazio e quase sempre sem sentido. Desejamos isto e aquilo. Queremos isto e aquilo. Não conseguimos alcançar os objectivos. Sentimos frustração e tristeza. Ficamos deprimidos, exaustos e cansados, muito cansados. Pensando assim e agindo em conformidade o caminho torna-se penoso e uma tristeza sem fim cobrirá o nosso trilho. Vivemos a toda a hora a pensar no minuto seguinte. É uma síndrome que nos destrói por dentro e que não nos deixa aproveitar a vida e a viagem que deve der de amor, alegria e generosidade. Como sabemos a vida, por vezes, não é fácil e que tantas e tantas vezes precisamos de contornar obstáculos muito difíceis. Mas as coisas são assim. Temos que aceitar essa condição e viver com ela da melhor forma possível, sabendo sempre que a mudança está nas nossas mãos. Somos nós que temos que mudar as perspectivas. Devemos desejar menos e fazer mais, de verdade, para podermos continuar a sonhar com todas as nossas utopias. Devemos mudar os ponteiros do relógio da nossa vida para não vivermos no minuto seguinte e passarmos a viver no tempo exacto do tempo presente. Devemos aproveitar a vida e vivê-la de corpo inteiro. Tudo acontece num instante. O tempo voa. E, por vezes, quando nos damos conta já é demasiado tarde. Neste tempo de passagem, neste tempo novo, quero pedir-vos uma coisa muito simples. Vivam a vida com a máxima intensidade que puderem! Agarrem-na com as duas mãos e conduzam-na com o coração e com os afectos. Vivam agora e não no minuto seguinte. Façam como nos diz o Miguel Torga no seu belíssimo poema Sísifo. Inspirem-se e vivam a vida! Bom ano de 2017!

Recomeça?

Se puderes,

Sem angústia e sem pressa.

E os passos que deres,

Nesse caminho duro

Do futuro,

Dá-os em liberdade.

Enquanto não alcances

Não descanses.

De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,

Vai colhendo

Ilusões sucessivas no pomar

E vendo

Acordado,

O logro da aventura.

És homem, não te esqueças!

Só é tua a loucura

Onde, com lucidez, te reconheças.

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