Viernes, 19 de abril de 2024
Volver Salamanca RTV al Día
O cântico da esperança
X

O cântico da esperança

Actualizado 28/08/2016
Miguel Nascimiento

O cântico da esperança | Imagen 1

Inspiro-me no belo poema "Cântico da Esperança", do grande Rabindranath Tagore, para relembrar a força desta palavra ? esperança ? e o que ela representa ou deve representar nas nossas vidas, principalmente quando mais precisamos dela. O nosso caminho está repleto de obstáculos. Precisamos de os contornar para seguir em frente. Os quem seguem pelo caminho das pedras demoram mais tempo a realizar o percurso. Têm mais obstáculos pela frente. Encontram mais dificuldades. Muitas vezes não conseguem contornar uma pedra que se apresenta quase intransponível. Por vezes, nestas circunstâncias, o desalento toma conta do tempo. Ficam quase sem forças! Mas, sabem que precisam de continuar. Recorrem à esperança dos dias melhores e, com isso, ganham a energia necessária para fazer o que é preciso ser feito. Se for necessário partem a pedra toda aos bocados para poderem passar para além de todas as dificuldades. Não desistem! Sabem que desistir é perder a esperança! E perder a esperança é chegar ao fundo de um buraco negro sem saída e sem luz. Demoram mais tempo. Mas acreditam sempre que é possível mesmo quando todas as circunstâncias indicam o seu contrário. Às vezes os percalços do caminho parecem querer ganhar terreno à esperança e as trevas à luz! O medo é como as nuvens negras que tapam o sol. Mas a esperança é, por vezes, a última oportunidade daqueles que encontram muitas dificuldades e escuridão no caminho. Quando não há mais nada a fazer há sempre o recurso à esperança dos que nunca desistem, contrariando todas as probabilidades. Talvez por isso a esperança seja também fé e liberdade. Também por isso, volto ao poema de Tagore, ao seu cântico: "não deseje eu ansiosamente ser salvo, mas ter esperança para conquistar pacientemente a minha liberdade". É precisamente nesta esperança em que eu acredito profundamente! Também tenho fé! Uma parte de mim segue esse caminho. A outra recorre à esperança não para que algo se resolva por si mas para me dar força para conquistar o meu caminho, a minha liberdade, em que assentarão todos os meus sucessos e também todos os meus fracassos. E é nos fracassos que se aprendem as maiores lições e é a partir deles que, com esperança e também com muita fé, regresso ao caminho para continuar a minha viagem! Mas a esperança em si também abraça dois sentimentos extraordinários: a indignação e a coragem. O primeiro, a indignação, ensina-nos que não devemos aceitar as coisas como elas estão e o segundo, a coragem, diz-nos para as mudarmos! Por isso, não podemos deixar de caminhar para mudarmos o que precisa de ser mudado. Temos que seguir em frente e ultrapassar todos os obstáculos. A esperança reside no nosso coração e no poder da nossa mente. A "esperança é o sonho do homem acordado" como disse Aristóteles. Devemos sonhar sempre com a esperança. Devemos chamar por ela. Confiar e acreditar nela. Em qualquer altura ela virá em nosso socorro. Mas, também devemos fazer por ela! Devemos regá-la para não morrer de sede. E como fazemos isso se a esperança não é uma planta? Devemos regá-la como a nossa crença, o nosso acreditar que é sempre possível chegar mesmo que o caminho evidencie muitos buracos negros e obstáculos aparentemente impenetráveis. É preciso estarmos dispostos a realizar o impossível para que a esperança nunca morra! Temos que ser perseverantes. A esperança alimenta-se dessa nossa seiva! A estátua da esperança, de Jacques Du Broeucq, ilustra este texto. A mão direita e o olhar para as alturas reclamam a força da esperança para, cá em baixo, com os pés pregados a chão, não nos esquecermos que precisamos sempre fazer alguma coisa para que as raízes da esperança ao alto sejam regadas para nunca perderem força e vigor. Ela virá em nosso auxílio quando for mais necessária. Mas, como nos diz Tagore no seu cântico: "não peça eu nunca para me ver livre de perigos, mas coragem para afrontá-los". Agarro-me a esta esperança para vos enviar uma mensagem simples: não desistam! Tenham coragem! Vão com esperança pelo caminho que escolheram em liberdade. Escolham a liberdade para que a esperança possa estar sempre convosco!

La empresa Diario de Salamanca S.L, No nos hacemos responsables de ninguna de las informaciones, opiniones y conceptos que se emitan o publiquen, por los columnistas que en su sección de opinión realizan su intervención, así como de la imagen que los mismos envían.

Serán única y exclusivamente responsable el columnista que haga uso de nuestros servicios y enlaces.

La publicación por SALAMANCARTVALDIA de los artículos de opinión no implica la existencia de relación alguna entre nuestra empresa y columnista, como tampoco la aceptación y aprobación por nuestra parte de los contenidos, siendo su el interviniente el único responsable de los mismos.

En este sentido, si tiene conocimiento efectivo de la ilicitud de las opiniones o imágenes utilizadas por alguno de ellos, agradeceremos que nos lo comunique inmediatamente para que procedamos a deshabilitar el enlace de acceso a la misma.

Comentarios...