Vivemos tempos acelerados e de grandes mudanças. Corremos para todo o lado a uma velocidade louca, quase estonteante. Somos impacientes. Queremos tudo já. Vivemos no tempo do “agora”. Não sabemos esperar. Na verdade, a paciência é das virtudes mais ignoradas nos tempos que correm. Porém, nesta estrada em que seguimos e nos fazemos temos, como nos disse Clarice Lispector, que “ter paciência para não me perder dentro de mim: vivo me perdendo de vista. Preciso de paciência porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco sem saída.” Muitos não esperam porque enquanto esperam, desesperam. A paciência esgota. Não está ao alcance de todos. Joyce Meyer diz-nos que a paciência “ não é a capacidade de esperar, mas a capacidade de manter uma boa atitude enquanto espera." Na verdade, paciência não é esperar sentado, desejando que as coisas aconteçam por si. É saber agir na hora certa, mesmo que ela seja, aparentemente, tardia. A paciência é não respondermos por impulso, no calor do momento. Os que têm paciência dominam quase todas as circunstâncias, mesmo que isso não seja perceptível, sobretudo pela horda de impacientes que corre pela estrada fora. A paciência, como sentenciou Aristóteles, “é amarga mas o seu fruto é doce”. E é justamente esse fruto que queremos colher e essa doçura que desejamos saborear. Enquanto esperamos, fazemo-nos. Transformamo-nos no que queremos ser. Mas isso leva o seu tempo. Cada um de nós tem as suas especificidades e outras tantas voltas do caminho. A este propósito, o grande mestre Charles Chaplin, disse o seguinte: “ Aprendi que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.” Seguimos na estrada que foi feita para andar. E nós andamos com ela. Não precisamos de ir com velocidade. Precisamos de consistência. Mas isso leva o seu tempo. Temos que saber esperar e ter paciência. E quem tem paciência domina o próprio caminho.