A inspiração é um impulso para fazermos, para criarmos. Mas ela só acontece quando avançamos no caminho. Se não fizermos a inspiração não aparece. Temos que mergulhar com determinação nas águas do trabalho para que a inspiração venha à superfície, coroando o nosso esforço. Os resultados que alcançamos são sempre mais transpirados do que inspirados. Não devemos desvalorizar a subtileza e a magia da inspiração.
Em determinados momentos ela é absolutamente decisiva. Mas só aparece quando se cruza com as linhas do esforço, do trabalho e da dedicação. É por isso que devemos seguir sempre em direção ao destino mesmo que, aparentemente, a inspiração não nos acompanhe. Por vezes damos voltas e voltas e não encontramos o que procuramos, mas insistimos. Outras vezes, esforçamo-nos muito mas os resultados não aparecem, mas continuamos determinados.
Em muitas circunstâncias estamos tão cansados e sem alento que quase desistimos mas avançamos com as forças que nos restam. Apesar de tudo, seguimos. Mas, por vezes, é aí, entre a curva do caminho e o limiar das nossas forças que a inspiração nos surge impulsionando-nos de forma energética e iluminando a estrada que queremos trilhar.
No fundo, a inspiração acontece como se fosse “uma cereja no topo do bolo” para recompensar o nosso esforço e a nossa determinação. Na verdade, não podemos ficar à espera para ver o que acontece como a “nêspera” de Mario Henrique-Leira. Temos que seguir, mesmo que pouco inspirados, esperando sempre que a luz nos surja no caminho se a procurarmos com tudo o que pudermos.