OPINIóN
Actualizado 31/03/2024 20:02:23
Miguel Nascimento

O dia de hoje é especial. É Domingo de Páscoa. É um tempo novo, de ressurreição e alegria. É a vitória da vida sobre a morte. É a mudança que recebe a luz para um caminho de esperança. Para trás ficam a Quaresma e o Tríduo Pascal. Hoje dizemos, aleluia, aleluia, Jesus Cristo ressuscitou! Durante todo este tempo fomos cumprindo os rituais que estão associados a este período especial, os do corpo e os do espírito, para reavivarmos um quadro histórico repleto de simbolismo para a humanidade. As mensagens repetem-se e renovam-se. Pedimos em oração que a guerra acabe e que a paz regresse a todos os vales.

Pedimos tolerância e compreensão para um mundo cada vez mais egoísta, impaciente e intolerante. Pedimos amor para ser jorrado onde falta. Pedimos pão para as mesas que não o têm. Entre pensamentos e desejos desenhamos o mundo que gostaríamos de ter. Sabemos que, infelizmente, isso não é possível.

Porém não deixamos de orar e pedir para que o coração dos homens se ilumine na promoção da concórdia e da fraternidade. Também não deixamos de fazer, através dos nossos gestos e ações, para que tudo fique melhor. Nem sempre conseguimos, mas tentamos. É também por isso e para não desistirmos de nós e dos outros que, anos após ano, repetimos rituais, deixando-nos entranhar por uma Páscoa de sons, cheiros e sabores que nos preenchem os passos que damos em comunidade.

Entre procissões, vias sacras e as mesas que cada um pode ter, reforçamos os nossos laços com a matriz identitária que vamos construindo ao longo da vida. Os itinerários do sentir são também imagens que povoam a nossa mente, alimentando a esperança que nos faz seguir em frente.

Continuaremos a caminhar, orando e reflectindo, fazendo melhor em cada dia na construção de comunidades mais coesas e solidárias. À volta da mesa da Páscoa e de todos os rituais que lhe estão associadas também desenhamos futuros de luz se deixarmos que ele se entranhe em nós. Sigamos, empenhados e determinados. O tempo que vem precisa de nós, de todos! É nós precisamos dele para sermos que somos, por inteiro.

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