OPINIóN
Actualizado 10/03/2024 11:10:17
Miguel Nascimento

A vida acontece depressa. O nosso tempo é demasiado curto. É um fogacho que acontece e desaparece. Por isso, não podemos perder tempo gastando-nos em coisas pequenas. Tantas vezes damos importância ao que não a tem. Desgastamo-nos em minudências sem significado. Perdemo-nos nos nossos labirintos e nas redes das nossas relações interpessoais.

Cada pessoa é um mundo e nós temos o nosso. Devemos organizar-nos melhor para termos tempo para o que importa, mesmo que seja para o deixarmos fluir como se nos esvaíssemos em sangue. Na verdade, como nos disse Kafka, “o tempo é o teu capital; tens de o saber utilizar. Perder tempo é estragar a vida.”

Justamente, para não desperdiçarmos a vida, estragando-a com pensamentos, ações ou omissões, precisamos de a sentir como ela é para não desperdiçarmos o tempo que, a cada instante, nos foge entre os dedos das nossas mãos. O tempo dedicado é o tempo de qualidade que investimos no que importa, no que nos traz felicidade, mesmo que isso seja contemplar o horizonte em silêncio durante horas a fio e sem um aparente propósito.

Cada um de nós devia saber separar o trigo do joio para verdadeiramente usar bem o tempo que importa para ele não nos fugir tanto sem nos encher a alma em primeira instância. Estamos sempre a dizer que não temos tempo para nada. Estamos demasiado ocupados com coisas de nada, julgando-as importantes.

Por isso, Einstein dizia que a “falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos.” Sim, temos que nos organizar melhor e definir prioridades. A vida foge-nos. Temos que a agarrar a tempo para podermos executar uma das muitas lições que Antoine de Saint-Exupéry nos ensinou através do seu “Pequeno Príncipe” - Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante.

Devemos seguir o nosso destino, como na palavra de Fernando Pessoa, regando as nossas plantas e amando as nossas rosas, tornando-as importantes pelo tempo que lhes dedicarmos. Porque desejamos usufruir do seu perfume e não das sombras das árvores alheias temos que cuidar de nós e dos que fazem a travessia connosco. Saibamos aproveitar o tempo e a viagem como merecemos.

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