O ano chega hoje ao fim. Há um tempo que se acaba e outro que recomeça. Fazemos balanços e perspectivamos o futuro. Lançamo-nos aos rituais. Às crenças. Abraçamos a esperança para que seja sempre melhor. Olhamos para trás para identificarmos o que correu menos bem para melhorarmos o nosso desempenho. Pedimos ao céu estrelado que nos abençoe no caminho para que ele tenha sempre luz, nomeadamente nos tempos em que temos que atravessar as trevas. A vida é uma sucessão de batalhas. Ou melhor, é uma batalha constante em que, forçosamente, temos que entrar. Avançamos com tudo o que temos e tantas vezes o que não temos. Estamos tão focados em ultrapassar todos os obstáculos para seguirmos em frente que, por vezes, nos esquecemos de viver. O tempo foge-nos! Voa para fora do nosso alcance e controlo. A vida deve ser vivida em cada momento, não apenas o dia a dia, sem fazermos grandes planos lá para diante. Temos que aprender a valorizar o instante, o momento que agarra a felicidade temporária. O ano que aí vem será bom se soubermos construir pequenos momentos de satisfação plena, mesmo que eles não se segurem na nossa mão, justamente porque têm que partir para a geografia do tempo efémero. Podemos e devemos desejar que o próximo ano seja bom. Mas nós é que temos que ser melhores do que fomos. Temos que melhorar, evoluir e inovar para, resolvendo os nossos problemas, possamos ganhar tempo para a vida e para as coisas boas que ela nos dá. “Carpe momentum “é o caminho que devemos empreender com urgência porque, justamente, “tempus fugit”.