O nosso caminho é uma aprendizagem constante. A superação dos obstáculos ajuda-nos a crescer, apesar das cicatrizes que vai desenhando em todo o lado. Para além das quedas e das paragens forçadas seguimos em frente, sempre, alicerçados na força das nossas convicções. Como nos disse o experimentado estadista Winston Churchill, “um homem com convicção pode superar uma centena que tem apenas opiniões.” Acreditamos e temos opiniões firmes sobre ideias, projectos e cominhos.
Não sabemos tudo. Nunca saberemos tudo! Mas acreditamos, com firmeza, que a viagem tem que ser feita por ali, na medida em que é naquele trajecto que moram as nossas convicções. Uma convicção não é teimosia, é determinação e vontade de fazer as coisas em que acreditamos. No caminho encontramos muitos que têm opiniões para todos os gostos e firmezas de gelatina para melhor se adaptarem às circunstâncias. Alguns vão se safando assim.
Viram para aqui e depois para ali. Vão andando entre os pingos da chuva. Outros, os que se agarram às suas convicções, seguem firmes na direcção que previamente traçaram com base em critérios de racionalidade, princípios e valores. Não raras vezes esbarram contra montanhas feitas de opiniões para todos os gostos que mudam em função do vento que sopra de feição.
É sempre difícil contrariar maiorias destas que, por vezes, podem apenas significar que os tolos estão todos do mesmo lado, como alguém um dia também disse. A coragem de seguir em frente não é para todos. E quem assim pensa e faz também não está à espera de ser seguido por multidões. O caminho das pedras é tramado.
Quem tem convicções nunca deseja que elas se transformem em pedras, muito menos para serem arremessadas aos outros. Mas quem tem convicções sabe que tem que ser rocha em vez de ser o rio que contorna a silhueta da montanha quase intransponível. A vida é um mar de incertezas feita de muitas manhãs de nevoeiro. Às vezes não vemos um palmo à frente do nariz.
Temos medo do que está lá para diante, e mais ainda porque não conseguimos vislumbrar nada. Mas se tivermos uma convicção, como nos disse o filósofo Paul Valéry, podemos “pôr, com a consciência tranquila, o tom da força ao serviço da incerteza.” É assim que vamos e seguimos. Hesitamos mas vamos. Mesmo com medo, vamos.
Sabemos que é por ali que o nosso coração manda seguir, convicto da verdade do seu destino. E quando assim somos ganhamos uma liga metálica que nos protege das montanhas feitas de opiniões para todos os gostos e também de todas as verdades assentes em gelatinas e outras viscosidades. No caminho fomos feridos várias vezes, nomeadamente por aqueles que menos esperávamos, mas seguimos. As nossas convicções mandam-nos seguir e seguimos.
No fim da viagem que ousamos fazer percebemos que afinal o destino não era assim tão importante. No fim da viagem valorizamos apenas a conquista de cada transformação que ocorreu em nós por termos sido sempre fiéis às ideias firmes que desenhámos e defendemos enquanto as batalhas aconteciam. Hoje somos o que somos em função dos que nos foi acontecendo. É quando tomamos consciência disso que o sofrimento do caminho se transforma em luz para o futuro.