OPINIóN
Actualizado 05/03/2023 09:31:29
Miguel Nascimento

A inquietação é um desassossego que importa. É a alma que vive dentro de nós. É um coração que bate por tudo o que vale a pena. É um balanço em que nos movemos, qual canção que nos agiganta em todas as circunstâncias. É isto e aquilo e não é nada. É um fogo que arde por dentro. É sermos nós por inteiro em vez de sermos nada por metades. É escutarmos, de novo, o José Mário Branco para embarcarmos no seu poema de esperança. Porque há sempre qualquer coisa que está para acontecer. Ou qualquer que eu devia perceber. Mas não sei. Nem sei porque não sei. Mas sei que tudo é uma inquietação que está para acontecer é também um desassossego de morrer. Respiro fundo. Vou em frente. Há algo para acontecer e um dia para amanhecer. A inquietação que permanece é fruto do dia que acontece. É uma inquietação que resiste a tudo o que existe. É poema, palavra e emoção. É coração. É tempo de tudo e de nada. É inquietação. É desassossego. É um silêncio que deixou de respirar como escreveu Fernando Pessoa. Quem não tem inquietação não tem nada. Quem tem inquietação tem tudo e mais alguma coisa. Tem estrada para andar e uma vida para viver, entre coisas que vão acontecer. Quem não se inquieta não sabe o que é viver. Quem não sente não se atreve a fazer, sonhar ou contemplar. O sangue corre nas veias dos sonham, dos que se inquietam. Viver é uma inquietação que convoca a esperança de nos fazermos ao caminho para o cumprirmos em plenitude, com a alegria e fraternidade. Mesmo que o tempo siga de mansinho nós convocaremos sempre a inquietação para nos despertar das nossas fraquezas. Há sempre estrada para andar e um tempo para inquietar. Sejamos justos para connosco e avancemos em alegria e fraternidade. Sejamos felizes com a inquietação que arde dentro do peito.

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