Sonhamos com viagens fora do comum. Desenhamos no nosso imaginário um destino especial. Um lugar de sonho onde desejamos ir. Passamos uma vida inteira a pensar disso. O tempo, como sempre, avança sem piedade sobre nós. Olhamos trás e percebemos que a viagem de sonho ainda não foi cumprida. Olhamos para a frente para contabilizarmos o tempo que falta para, entre outras coisas, concretizarmos o que ainda não aconteceu.Conversamos com os nossos botões para tentarmos perceber se ainda vale a pena sonhar com o destino de sonho. Hesitamos entre a esperança e o assumirmos que já não vale a pena. Se não fomos quando sonhámos ir entendemos agora que já não devemos ir. Frustramo-nos com a nossa incapacidade de cumprirmos um sonho que é nosso. Julgamos que fomos cumprindo etapas do caminho que nos foram afastando dos lugares que um dia ousamos sonhar. Na verdade este pensamento é um lugar comum. Mas está profundamente errado. Como nos diz Alejandro Jodorowsky: “ onde nós nos encontramos hoje é onde devemos estar. Confie. Todos os lugares são apenas parte de uma viagem.” Isto não significa que devemos deixar de sonhar com lugares onde queremos ir e nunca fomos. Esta conclusão simples diz-nos apenas que devemos valorizar o lugar onde estamos na medida em que ele é parte da viagem. Onde estamos em determinado momento é. neste sentido, o lugar mais importante. É também o lugar especial. É lá que vivemos. É lá que existimos. Os sonhos comandam destinos e caminhos. Empurram-nos para a frente. Fazem-nos chegar longe. Funcionam como objectivos a alcançar. Mas o segredo de todo este mecanismo está em nós e conjugado no tempo presente e no lugar onde nos encontramos. Às vezes, esquecemo-nos disso. Vivemos entre lá e cá desvalorizando o lugar onde estamos. Esse é o mais importa de todos e, sem dúvida, a nossa prioridade da viagem. Se assim fizermos cumpriremos todos os sonhos, um de cada vez, em cada lugar onde estivermos e em todos os momen