A nossa vida precisa de compromissos para ser verdadeira. Sem esse selo de confiança a vida é um caminho vazio e um deambular de nadas. O compromisso assume a palavra dada e envolve-nos com um manto pesado mas absolutamente reconfortante. Confere significado ao nosso comportamento e às nossas atitudes junto dos outros. Completamo-nos no compromisso, num aperto de mão, num abraço apertado repleto de solidariedade no momento próprio. A estrada que temos para andar tem muitas incertezas e demasiados obstáculos para ultrapassar. As dificuldades vêm até nós como se fossem ondas do mar. Para as enfrentarmos precisamos do nosso porto de abrigo alicerçado nos nossos compromissos de uma vida inteira. Nem todos estão preparados para o compromisso na medida em que ele acarreta obrigações. Nem todos gostam de se comprometer com os outros. Preferem percorrer as veredas da individualidade para chegarem mais depressa e sem carregarem o peso dos outros e dos compromissos associados. Para alguns os outros são apenas instrumentos que servem para a concretização de objetivos narcisistas e mesquinhos. A ausência de compromissos de maior ou menor dimensão é o espelho de uma vida vazia e sem significado. A via do compromisso implica entrega e dedicação aos outros e tantas vezes contando com prejuízo próprio. Mas a alegria da realização de uma tarefa conjunta ou a resolução de um problema com base na força do compromisso é um bálsamo para a valorização da entrega do coração. Precisamos de significado nas nossos acções para contrariarmos os mecanismos demasiado frios que nos invadem a todo o tempo. O compromisso é a melhor tradução do amor e da amizade. Sem ele os nossos dias são mais sombrios. Com ele a vida tem outra cor e outro brilho. E nos tempos tão duros e complexos como os que atravessamos, o compromisso é um farol que ilumina o caminho e uma esperança para todos os que acreditam no poder do amor e da amizade. Saibamos fazer do compromisso um caminho conjunto do futuro.