OPINIóN
Actualizado 27/12/2020
Miguel Nascimento

Por estes dias as estrelas têm lugar cativo no nosso pensamento. Representam a magia desta quadra natalícia. São o sinal da boa nova, da esperança que se renova em cada ano. O cosmos, essa geografia maior, dispõe as estrelas em cada firmamento que se cruza connosco. Nem sempre percebemos isso. Mas as coisas têm o seu lugar natural e as estrelas naturalmente têm o seu. Estão lá em cima. Brilham na intemporalidade. Agora que chegou o Inverno e com ele, as noites escuras, procuramos nas estrelas o brilho dos tempos claros e luminosos. Procuramos o seu calor, ainda que longínquo, para que a nossa chama interior não desvaneça. Às vezes, quando as coisas não correm bem procuramos conforto nas estrelas, contemplando-as com o coração. Olhamos em direção às alturas procurando inspiração para resolver os problemas que temos colados à terra. Confrontados, tantas vezes, com as impossibilidades do presente agarramo-nos às estrelas para que brilhem sobre nós no futuro de todos os amanhãs. Não lhes podemos tocar. Não as alcançamos. Estão demasiado longe mas perto do coração. As estrelas serão para nós tudo o que fizermos delas. E mesmo que o nosso olhar não se levante do chão elas estarão sempre lá, a brilhar para nós, na esperança de um dia se cruzarem connosco mesmo que isso seja apenas um instante. As estrelas têm uma paciência infinita. Esperam sempre por nós e estão sempre no seu lugar para que nos orientemos no caso de andarmos perdidos. Dão-nos essa extraordinária certeza no meio de deste nosso caminho tão frágil. Alinhemo-nos com elas para desenharmos dias melhores e mais orientados, com mais serenidade, amor e esperança.

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