OPINIóN
Actualizado 19/12/2020
Alfredo Pérez Alencart

Los poetas David Leite, Paulo de Tarso Correia de Melo y A. P. Alencart, en la Plaza Mayor de Salamanca (foto de Jacqueline Alencar)

En días pasados pude ver, oír y hablar con mi buen amigo David Leite, quien vivió varios años en Salamanca, mientras realizaba su doctorado en Derecho. Fue durante un simposio organizado por la Universidad Federal de Ceará y donde los dos formábamos parte de un panel que reflexionó sobre las relaciones entre el Derecho y la Poesía. Gratos momentos de confraternidad.

Pero lo que deseo destacar ahora es su proyección como novelista. El 17 de diciembre, muy recientemente, el reconocido crítico literario y ensayista Adelto Gonçalves escribió una reseña en torno a la primera novela publicada por Leite, quien ya tiene publicados varios poemarios, libros de historia y de derecho. El título de la reseña es, desde luego, un espaldarazo para mi buen amigo: "Literatura brasileira ganha um novo romancista".

Aquí transcribo sólo la parte segunda de su comentario:

"Misturando história e ficção, 2020 recupera também fatos ocorridos em 1968, ano em que houve um endurecimento por parte do regime militar, com perseguições a líderes políticos e homens de pensamento. Mas, a rigor, o romance gira em torno do Convento do Recife, como é mais conhecida aquela instituição, e sobre a presença de carmelitas em Mossoró, município localizado na região Oeste do Rio Grande do Norte, sem deixar de recuperar um fato que até hoje desafia a memória dos mossoroenses mais antigos, ou seja, um crime ocorrido naquele ano de 1968 no Grande Hotel, até hoj e nunca esclarecido.


Depois da vida religiosa, Silvestre de Araújo assumiria a profissão de carteiro, viajando, certo dia, a Mossoró para visitar as ruínas da Casa do Carmo, que seria o local onde estaria escondida a botija. Em suas rememorações já como carteiro aposentado, o protagonista não deixaria de recordar as perseguições sofridas pelo acosso do desejo sexual, depois de conhecer Marília, recepcionista de um hotel em Mossoró, diante da promessa que fizera de não romper o celibato.


Em resumo: escrito em estilo leve, que atrai a atenção do leitor deste a primeira linha, 2020 é romance que veio para ficar não só na história da ficção do Rio Grande do Norte, mas da Literatura de expressão portuguesa. E que já foi saudado pelo poeta peruano Alfredo Pérez Alencart, radicado como professor universitário em Salamanca desde 1987, que, inclusive já traduziu para o espanhol um livro de David de Medeiros Leite sobre aquela mítica cidade espanhola.


Do romance do advogado potiguar, "escritor que vai abrindo sua própria senda nos diferentes deltas da literatura", Pérez Alencart diz que se trata de uma história bem trabalhada, com diálogos bem construídos, com ritmo cadencioso que permite leitura fluída. "Há reflexões que configuram a condição humana em todos os tempos e lugares, como, por exemplo, quando o protagonista comenta: "Ah, a inveja! Quão subjetiva e, por vezes, imperceptível! Depois de um comentário sobre a brilhante homília proferida por nosso Provincial, percebi, na reação de alguns frades, esboços de inveja. O elogio mesclado com ironia deduz inveja, com certeza" (pág. 74).

Ya escribí sobre dicha novela en este mismo espacio. Lo que ahora me complace es comprobar los variados comentarios que va cosechando, tanto en revistas digitales o impresas, así como en periódicos impresos. Por ejemplo la reseña firmada por Manoel Onofre Jr., publicada en el último número de la prestigiosa revista de la Academia de Letras del estado de Rio Grande Norte, bajo el título "Novelista en Plaza" (en la traducción que hago al castellano, claro.

Lo destacable, al margen de las obras poéticas o de narrativa que escribe David Leite, es que Salamanca siempre está presente. También en los comentarios que realizan los críticos y comentaristas literarios o los propios periodistas.

Enhorabuena, querido David.

David Leite y Alfredo Pérez Alencart en el Campus Unamuno de la Universidad de Salamanca

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