OPINIóN
Actualizado 11/10/2020
Miguel Nascimento

A pandemia Covid 19 veio condicionar as nossas vidas de uma forma muito significativa. Pensamos no presente e sobretudo no futuro sem sabermos que mudanças nos trarão os dias que estão à nossa frente. Enquanto não aparece a desejada vacina que nos tranquilize aumentam todos os nossos receios e ansiedades sobre a normalidade das vidas que tínhamos. Agora falam-nos de um novo normal e da reinvenção das nossas actividades. Em tempo de grandes mudanças caminhamos todos sobre uma fina camada de gelo que se pode quebrar a qualquer instante. Apesar da excessiva informação sobre a pandemia ficamos sempre a saber pouco ou quase nada sobre os dias de amanhã. Sabemos apenas que o débil equilíbrio entre a economia e a pandemia é o fiel de uma balança pouco justa que tende a desfavorecer os mais fracos a diversos níveis. Perante um problema que julgávamos demorar meses começamos a assumir, lentamente, que ele vai andar entre nós durante muito tempo até que seja resolvido. Perante este cenário triste e negro temos que nos reinventar para não nos metermos num casulo do tempo vazio. Agora, perante esta dificuldade extrema que atingiu a humanidade, temos que ser mais humanos que nunca. A reinvenção das nossas actividades não pode deixar cair os afectos e os valores humanistas que foram construindo a nossa civilização ao longo de todos estes séculos. É precisamente nesta grande exigência colectiva que devemos deixar vir à tona da água o melhor de nós e não o pior. Precisamos do nosso melhor, a nível individual e coletivo, para superarmos este enorme desafio que temos pela frente. Perante o avanço da segunda vaga desta pandemia temos que estar ainda mais vigilantes e atentos aos sinais que esta peste nos dá. Temos que aprender com ela e seguir com as nossas vidas. Não podemos confinar tudo outra vez, caso contrário morreremos de muitas outras formas. Nesta demanda pela humanidade ninguém pode ficar de fora. Estamos todos mobilizados para a reinvenção dos dias para que a nossa vida continue para além da ponte que nos levará até ao futuro. Mas durante esta caminhada necessariamente dura temos que aproveitar a oportunidade para mudar o que deve ser mudado e aperfeiçoar o que há muito devia ser melhorado. Num tempo exigente devemos ser exigentes connosco e ainda mais solidários do que julgávamos ser. A reinvenção de tudo só pode resultar se for feita com amor.

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