OPINIóN
Actualizado 16/09/2018
Miguel Nascimento

Todos vivemos no mesmo tempo. Os ponteiros do relógio avançam ao mesmo ritmo para todos. A sua mecânica não faz distinções entre ricos e pobres e entre religiões, política, cor da pele e outras classificações que aqui poderia enumerar. Os ponteiros do relógio avançam, simplesmente, sem contemplações. Avançam sem piedade. A grande diferença reside numa coisa muito simples: o que fazemos com o tempo que temos à nossa disposição? Como o administramos enquanto correm as nossas vidas? A resposta a estas questões é fundamental para aferirmos a condição da nossa caminhada. Estamos a usar bem ou mal o nosso tempo? Como se sabe, o tempo é um bem precioso e escasso. Temos que o usar bem. E usar bem o tempo que está à nossa disposição significa que devemos concentrar-nos no caminho da nossa felicidade vivendo com a intensidade que a nossa vida merece. O tempo que passa não volta. Os ponteiros do relógio só andam para trás num tempo fictício, muito distante da realidade das coisas. Este é o tempo que importa! É o nosso tempo! Devemos vivê-lo com o coração cheio de sorrisos e lágrimas. Devemos ser nós a tempo inteiro sem precisarmos de máscaras ou dissimulações. O caminho da felicidade surgirá onde houver vontade de caminhar e de empreender a viagem. No espaço em que tudo acontece subimos e descemos a montanha vezes sem conta, deixamos que o vento nos bata no rosto e abrimos o peito aos céus para que a vida toda nele mergulhe, despertando todas as nossas emoções e paixões. É também nesse movimento que fazemos as nossas escolhas. Dizemos sim ou dizemos não tantas vezes ao longo do dia. Por abusarmos do sim e de queremos estar em todo o lado acabamos por não ter tempo para nós e por não estarmos, verdadeiramente, em lugar nenhum. Não nos focamos no essencial. E o essencial da nossa jornada é a felicidade, a nossa e a dos que nos acompanham. Para a alcançarmos temos que realizar uma aprendizagem. Naturalmente temos que gastar parte do nosso tempo a realizar tarefas mecânicas e pouco interessantes mas que fazem parte das coisas da vida. Porém, o segredo reside na nossa capacidade de aprendermos mais depressa para fazermos as escolhas certas. Às vezes é preciso dizer não a tantas coisas para dizer sim a outras. Não precisamos de seguir os outros para toda a parte. Não precisamos de ser como eles e ir porque eles vão. Não precisamos de alimentar a roda vida do frenesim que acontece por tudo e por nada. E provavelmente para nada. Temos que nos concentrar no tempo que importa. No nosso tempo! Fazer opções alinhadas com a nossa felicidade, resgatando a qualidade à quantidade. Isso tudo está ao nosso alcance. Basta querermos que as coisas aconteçam. Mas para acontecerem temos que valorizar o que verdadeiramente importa. Ou seja, temos que fazer escolhas mais ponderadas e equilibradas para que o nosso coração possa navegar com toda a espontaneidade pelos mares dos afectos, do amor e da amizade. A viagem assim torna-se leve e seguramente terá mais qualidade. O tempo que importa está alinhado com quem importa para nós. É aí, nessa safra, que devemos investir o nosso maior tesouro, o tempo. É aí que temos que semear para colher. É aí que devemos procurar a felicidade.

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