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Tem paciência. Espera por ti!
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Tem paciência. Espera por ti!

Actualizado 15/07/2018
Miguel Nascimento

"Só aqueles que têm paciência para fazer coisas simples com perfeição é que irão adquirir habilidade para fazer coisas difíceis com facilidade." Friedrich Schiller

Tem paciência. Espera por ti! | Imagen 1

Às vezes não temos paciência connosco. Apressamo-nos! Queremos estar prontos antes do tempo. Mas, muitas vezes, não estamos prontos quando gostaríamos de estar. O tempo voa. Queremos agarrá-lo em todas as circunstâncias! Queremos estar na frente. Seguir o tempo e voar com ele. Nesse frenesim em que nos enredamos com facilidade não nos deixamos desabrochar. Sim, precisamos de dar tempo ao nosso tempo para que as nossas metamorfoses aconteçam. Como temos tendência para andar depressa mesmo sem sabermos muito bem para onde não temos a paciência necessária para nos observarmos e para percebermos os contornos do nosso desenvolvimento. Também por isso não nos sabemos esculpir nem levar ao forno, lentamente, para ganharmos o tempero necessário. Não nos deixamos levedar! Queremos ser e ter tudo para ontem. Queremos estar sempre em modo fast food e com tudo aquecido em micro-ondas! Não nos saboreamos e não nos deixamos saborear porque estamos sempre com pressa. Corremos e voltamos a correr como se estivéssemos numa roda que funciona apenas com a nossa corrida mecânica e com a nossa fuga para lugar nenhum. O filósofo alemão Friedrich Schiller disse-nos que "só aqueles que têm paciência para fazer coisas simples com perfeição é que irão adquirir habilidade para fazer coisas difíceis com facilidade." Partilho desta ideia. Julgo que o caminho é por aí. Mas para isso precisamos de olhar para nós. Não no sentido narcísico mas, acima de tudo, numa perspectiva livre de todos os preconceitos e amarras do tempo, do espaço e de todas as nossas circunstâncias. Precisamos de ter paciência connosco! Precisamos de esperar por nós! Precisamos de entender os nossos passos e o tempo que eles levam a percorrer o caminho. Se aprendermos a fazer coisas simples com perfeição, com encanto e beleza, podemos e devemos ir mais devagar. E enquanto fazemos as coisas com mais sentido e qualidade estaremos a construir um caminho diferente e adaptado a todas as nossas mudanças. Isso só se pode alcançar com paciência. E se tivermos paciência connosco também teremos paciência com os outros. Essa não é uma tarefa fácil. Nem para nós, nem para os outros. Mas se conseguirmos seguir por esse caminho abriremos mais portas para a felicidade. Conseguiremos fazer pequenas e grandes coisas com mais facilidade e qualidade. Seremos mais iguais a nós e a tudo em que nos quisermos transformar. Podemos ser tudo o que a nossa imaginação desejar. Acima de tudo seremos felizes porque não temos pressa de chegar. Saberemos apreciar a aventura e a beleza do caminho e também todas as veredas em que tivermos o prazer de trilhar. A viagem não se rege por equações nem medidas. Não é uma coisa certa e exacta. A viagem tem curvas e contracurvas. É nelas que nos fazemos! É nelas que crescemos e que aprendemos a amar e a viver! Mas para isso precisamos de ter paciência. E toda a paciência que conseguirmos ganhar ao frenesim será combustível para a construção do nosso eu e de todos os castelos de felicidade. Se tivermos paciência aprenderemos connosco e com os outros. O nosso olhar tornar-se-á mais doce e perspicaz. Seremos mais iguais a nós e teremos tempo para nos contemplarmos. Nesse tempo que naturalmente correrá devagar teremos tempo para nos esculpirmos melhor, com mais paciência, para nos darmos aos outros, com contornos mais definidos e, sobretudo, com mais densidade e qualidade. A paciência é um grande segredo! Saibamos preservá-lo e cultivá-lo. E se o deixarmos fluir ele puxará por nós, pela nossa singularidade, pela nossa essência e por todas as coisas boas da vida. A viagem não pode nem deve ser feita a correr. Devemos apreciar cada momento com a paciência adequada para que ele se torne único e sublime. O exercício da paciência não é fácil na medida em que convoca todas as nossas forças para um espaço sem relógios nem horas marcadas! Mas é sempre um exercício belo e repleto de sabedoria. É um exercício que nos faz melhores e únicos. Saibamos cultivar essa bênção deixando o tempo correr devagar...para que tudo se liberte no tempo em que tem que se libertar!

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